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Sidrolandia

Contra crise, agro de MS corta custos e capacita trabalhadores e gestores

Propriedade tem que ser gerida como empresa, destaca Maurício Saito. Somente em 2015, Senar vai oferecer 5.110 cursos no estado.

G1 MS

08 de Outubro de 2015 - 10:37

Investir na capacitação de recursos humanos e dos gestores das propriedades e ao mesmo tempo fazer uma contenção de custos. Essa segundo o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), Maurício Saito, é a receita que o agronegócio do estado vem adotando para enfrentar a crise econômica do país.

Dentro da série de entrevistas que o Bom Dia MS vem fazendo com representantes do setor produtivo sul-mato-grossense para apontar as ações que os segmentos vêm adotando para superar o momento, o presidente da Famasul disse nesta quinta-feira (8) que está não é a primeira e nem será a última crise que o agronegócio e o país vão enfrentar. “Partindo desse princípio e adotando essas medidas citadas, acredito que poderemos enfrentar com mais tranquilidade esse momento”, ressaltou.

Saito destacou que os investimentos em capacitação no setor estão fazendo de Mato Grosso do Sul uma referência no setor. No caso dos gestores e proprietários, ele explicou que este trabalho está fazendo com que cada vez mais a propriedade rural seja encarada com um empreendimento rural, uma verdadeira empresa, em que o uso da inovação e da tecnologia, somado ao aprimoramento da gestão, tem possibilitado grandes ganhos de produtividade e produção.

Na área de gestão, citou a importância do trabalho de assistência técnica que está sendo oferecidos a produtores de 42 municípios nas áreas de pecuária de corte e de leite, da piscicultura e do cultivo de hortifrutigranjeiros e de florestas plantadas.

Em relação a mão de obra, ele explicou que o crescente uso de novas tecnologias tanto na agricultura quanto na pecuária gerou uma lacuna na área de recursos humanos para trabalhar com essas inovações e que os grandes investimentos na área de capacitação profissional visam justamente suprir essa demanda.

Neste sentido, o presidente da Famasul explicou que o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) vai oferecer somente em 2015 no estado, 5.110 cursos, o que representa 29,7% a mais que em 2014, e um investimento de R$ 15,3 milhões.

Ainda nesta área de capacitação, Saito lembrou que o estado está sendo contemplado com dois centros de excelência em educação profissional e assistência técnica rural. Um em Campo Grande, voltado para a pecuária, que será instalado na Embrapa Gado de Corte, e outro em Dourados, direcionado para a cana-de-açúcar, que funcionará no Sindicato Rural do município.

Para demonstrar a importância do setor para a economia do estado, o presidente da Famasul destacou que o segmento representa cerca de 15,4% do Produto Interno Bruto (PIB) de Mato Grosso do Sul e que em 2015 deve gerar, conforme cálculos dos técnicos da entidade, um valor bruto de produção (VBP), de R$ 21,5 bilhões.

O segmento, que emprega atualmente cerca de 68 mil pessoas, gerou somente entre janeiro e agosto 2.723 vagas de trabalho e tem uma remuneração média de R$ 1.235.