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Sidrolandia

Crescem transplantes e doação de órgãos bate recorde

Com exceção do coração, todos os órgãos registraram aumento de transplantes. Entre as cirurgias, rim e de fígado tiveram o desempenho mais positivo

Correio do Estado

06 de Agosto de 2010 - 07:15

Levantamento do Ministério da Saúde aponta que o número de transplantes de órgãos no Brasil cresceu 16,4% no primeiro semestre de 2010 em relação ao mesmo período do ano passado. De janeiro a junho deste ano, foram realizados 2.367 transplantes de órgãos de doador falecido. Nos primeiros seis meses de 2009, foram 2.033 cirurgias nesta modalidade contra 1.688 procedimentos realizados no primeiro semestre de 2008 pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Os dados mostram um crescimento sustentado na quantidade de transplantes feitos no SUS, responsável por 90% de todos os procedimentos realizados no país de forma totalmente gratuita à população. Além dos transplantes, o número de doadores efetivos de órgãos também cresceu 17% no primeiro semestre de 2010. Em números absolutos são 963 doadores efetivos ou 10,06 doadores por milhão da população (ppm). No mesmo intervalo de 2009 foram 818 doadores efetivos ou 8,6 ppm. A taxa é recorde para o semestre e a expectativa é que seja consolidada para todo ano de 2010.

O secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, Alberto Beltrame, credita os bons resultados do contínuo aprimoramento do Sistema Nacional de Transplantes (SNT) aos crescentes investimentos no SNT e à qualificação do processo de captação de órgãos. "Estamos conseguindo transformar a vontade das famílias em uma doação efetiva", afirma. "Além disso, todos os anos, o Ministério da Saúde tem feito campanhas com desdobramentos positivos nos estados e municípios. Portanto, temos um conjunto de fatores que está fazendo com que haja um crescimento sustentável da quantidade de transplantes no país. Nossa intenção é aumentar cada vez mais", completa o secretário.

Os estados que apresentaram maior índice de doadores foram São Paulo (22,76 ppm), Santa Catarina (17 ppm), Distrito Federal (16,88 ppm), Espírito Santo (16,06 ppm) e Ceará (15,68 ppm).

Com exceção do coração, todos os órgãos registraram aumento de transplantes. Entre as cirurgias, rim e de fígado tiveram o desempenho mais positivo. De janeiro a junho de 2010, foram realizados 1.486 transplantes de rim. No mesmo período do ano passado, foram 1.295, contra 994 no ano de 2008.

O número de cirurgias de transplante de fígado saiu de 492 no primeiro semestre de 2008, para 606 no mesmo período de 2009, e 663 neste ano. O SNT avaliou o desempenho comparativo da rede transplantadora de todos os estados, no primeiro semestre.

RESULTADOS – A capacitação dos profissionais de saúde, sobretudo do setor de terapia intensiva, também contribuiu para os avanços no número de doações e transplantes de órgãos no país, como explica o secretário Alberto Beltrame. "Estão sendo treinadas todas as Comissões Intra-Hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante para a avaliação dos possíveis doadores de órgãos e entrevistas aos familiares. Isso possibilita o aumento do número de procedimentos".

A qualificação profissional foi uma das medidas desenvolvidas para o salto obtido pelo estado da Paraíba, por exemplo. Em 2008, foi registrado apenas um doador efetivo. Este ano, o número subiu para 17 e todos os doadores tiveram os órgãos efetivamente implantados em outras pessoas. O mesmo ocorreu no Ceará, onde o número de doadores efetivos e de órgãos implantados também subiu consideravelmente (veja tabelas abaixo).

Investimentos 

Outro fator que sustenta esse crescimento doações e transplantes no país, ano a ano, é a ampliação do investimento no setor. Entre 2003 e 2009, os recursos aplicados pelo Ministério da Saúde no SNT mais que triplicaram, passando de R$ 327,8 milhões (2003) para R$ 990,5 milhões (2009).

Também contribuem para o contínuo processo de aprimoramento do sistema a melhor remuneração dos procedimentos e exames inseridos na tabela do SUS (veja tabela abaixo) e a conscientização, sobre a importância da doação para a realização dos transplantes, não só da população como também dos profissionais de saúde envolvidos em todo o processo.