Sidrolandia
Crianças brasileiras consomem pouca vitamina A, segundo estudos
Para superar esses problemas, Alessandra defende na pesquisa o monitoramento da alimentação das crianças no ambiente educacional
Saúde em Movimento
15 de Setembro de 2010 - 08:05
A pré-escolaridade é uma fase de várias mudanças no padrão alimentar das crianças. Por passarem grande parte de seus dias em creches, elas ficam expostas a uma ampla variedade de alimentos.
É o que explica Alessandra da Silva Pereira em sua dissertação de mestrado "Efeitos de ações em nutrição em uma creche pública sobre o estado nutricional de pré-escolares", defendida em dezembro de 2009 no Instituto de Nutrição da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
"Hábitos alimentares errôneos nessa faixa etária podem conduzir a problemas nutricionais em curto prazo, tais como comprometimento do crescimento e do desenvolvimento na infância, bem como facilitar o aparecimento de doenças não transmissíveis na fase adulta, tais como: hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus tipo II, câncer, entre outras", explica a autora.
Em sua pesquisa, Alessandra diz que apesar do esforço do Ministério da Saúde em estabelecer programas para a erradicação de deficiências nutricionais, como, por exemplo, o programa de combate à deficiência de vitamina A e ferro em crianças menores de cinco anos, o Brasil ainda vive situação de risco quanto à deficiência dessa vitamina, principalmente no Nordeste e em bolsões de pobreza na região Sudeste.
Ela também diz que a prevalência de anemia ferropriva nessa faixa etária ainda é muito grande.
"A má nutrição é resultante do déficit ou excesso de energia e nutrientes. Por déficit alimentar manisfestam-se a desnutrição energético-protéica e as carências vitamínicas e minerais - especialmente hipovitaminose A, o bócio endêmico e a anemia ferropriva.
Por excesso alimentar, as dislipidemias, a obesidade e o diabetes mellitus tipo II", explica.
No estudo, a autora analisou os hábitos alimentares de 51 crianças (de 2 a 4 anos) e constatou que elas ingeriam pouca energia, carboidratos, proteínas, vitaminas C e A, além de ferro. E que havia um alto consumo de cálcio - através do consumo de leite várias vezes ao dia.
Para superar esses problemas, Alessandra defende na pesquisa o monitoramento da alimentação das crianças no ambiente educacional.
Atitude que deve ser tomada em conjunto com um programa de educação nutricional que, segundo ela, deve contar com a participação tanto de profissionais de educação, quanto de profissionais de saúde.