Sidrolandia
Crise no PT divide opiniões entre lideranças do partido
Cúpula do Partido dos Trabalhadores se reuniu para avaliar o impacto da crise interna com a enxurrada de demissões
Marcos Tomé/Região News
19 de Dezembro de 2010 - 22:39
Resultado da eleição da Mesa Diretora da Câmara Municipal de Sidrolândia, instaurou uma gigantesca crise no governo de Daltro Fiúza (PMDB) e nos partidos da base aliada. Jean Nazareth, único vereador do Partido dos Trabalhadores sofre retaliações desde o momento em que tomou a decisão em votar contrário, a candidata apresentada por Fiúza que resolveu fazer uma limpa nos cargos comandados pelo PT em seu governo.
Desempregados estão: Marcio Marqueti (Secretaria de Assistência Social), Eliane Salvati (Secretaria de Desenvolvimento Econômico) e Paulo Atílio Pereira (Secretaria de Administração), todos do primeiro escalão do governo de Fiúza. As retaliações atingiram também o PDT, partido com dois vereadores no Legislativo, Waldemar Acosta e Antonio Galdino, ambos contrariaram o chefe do executivo.
O PDT perdeu duas secretarias, Infraestrutura, pasta que era comandada por Coronel Cesar (agora sem partido) e a de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Rosemeire Aparecida Garcia de Brito Camilo (também sem partido). Na sexta-feira foram confirmadas mais 5 demissões do segundo escalão.
Demitidos do PT: Gilmar Antunes da Silva, Wanderley Lopes Barbosa, Mario Alves Custodio, Ivan de Oliveira Santos, já do PDT foi exonerado apenas, Edno Ribas Machado.
A cúpula do Partido dos Trabalhadores se reuniu para avaliar o impacta da crise interna com a enxurrada de demissões. Gilmar Antunes, presidente do PT e um dos desempregados, resolveu em comum acordo com a executiva do partido, emitir nota de repúdio ao vereador Jean Nazareth, condenando suas atitudes.
Gilmar informou em nota oficial que o comportamento do vereador Jean inflige o artigo 209, itens II, IV e X do Estudo do Partido dos Trabalhadores, por esta razão, membros da executiva avaliam o caso de forma negativa e o parlamentar poderá sofrer penalidades mais severas.
Jean Nazareth foi procurado por nossa reportagem para falar sobre o caso. Questionado sobre possível expulsão do PT, Jean foi tranqüilo ao afirmar que a referida nota de repúdio não representa a vontade do PT e sim, de pessoas que ficaram sem seus respectivos cargos.
O parlamentar afirmou que a executiva é formada por 6 membros, porém, na reunião que deliberaram tal nota de repúdio, 3 membros da executiva não foram convocados, ou seja, apenas 50% da direção executiva do PT participaram da referida reunião, fato que torna tal ato nulo. Jean disse ainda que até o presente momento, não tomou conhecimento oficial da nota, ficou sabendo apenas pela imprensa.
PT DIVIDIDO EM OPINIÕES
Nossa reportagem após ouvir Gilmar Antunes e Jean Nazareth, procurou algumas lideranças do PT para falar sobre o caso. Na séria de reportagens ouvimos Edvaldo dos Santos Vadinho, morador no Assentamento Geraldo Garcia e membro do Partido dos Trabalhadores.
Vadinho foi candidato a vereador e é grande liderança política no referido Assentamento. Questionado sobre o posicionamento de Jean Nazareth, Edvaldo foi enfático ao afirmar que faria o mesmo, caso estivesse em seu lugar. Vejo tal atitude como um ato de coragem, comentou.
Sobre retaliações do governo Fiúza, Vadinho afirmou não entender o posicionamento do prefeito em virtude de que durante os 2 anos que ora se finda, todas as matérias de interesse do executivo tiveram o apoio incondicional do vereador Jean, sendo assim, não vê motivos para tanto ódio, rancor e perseguição aos membros do PT.
Não posso acreditar que um governo que prega liberdade tenha tantas facetas atrás de uma caneta. O PT sempre foi e será, companheiro de Daltro Fiúza, agora, o que não podemos aceitar é sempre sermos vistos como a noiva enfeitada no altar. Fica a pergunta, será o PT não tem competência para ocupar um cargo de chefia? Mesmo que seja no legislativo?, desabafou.
Vadinho afirmou que Jean, tem seu apoio e o prefeito deveria rever suas atitudes. Queremos um PT unido e forte e a exemplo do cenário nacional, junto com o PMDB, porém, ta na hora dos trabalhadores serem vistos com outros olhos. O PT e o PMDB são muito maiores que os interesses pessoais daqueles que ocupam cargos no governo, o único cargo legitimo e de conquista petista, é a presidência da Câmara que ninguém pode exonerar ou retaliar, desabafou.
Ao finalizar, Vadinho afirmou: Os cargos antes ocupados eram todos do partido, razão pela qual, não vejo lealdade nas atitudes do prefeito para com o PT.