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Sidrolandia

Cultura de alimentos contribui com ressocialização no Centro Penal da Gameleira

Ainda dentro da unidade os presos trabalham em uma horta totalmente orgânica, onde não são utilizados produtos agrotóxicos

Noticias MS

21 de Março de 2011 - 17:13

Em uma área de aproximadamente 50 hectares do Centro Penal Agroindustrial da Gameleira, na Capital, o solo já oferece o fruto do trabalho de presos que cumprem pena na unidade. Dentro do centro penal os internos trabalham em diversas culturas de alimentos que entram no cardápio diário das refeições servidas para os reeducandos.

A produção também é destinada ao comércio e ainda doadas a instituições assistenciais. Para conhecer a atividade que é um diferencial no centro penal, o secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Wantuir Jacini, visitou a unidade e percorreu as plantações zeladas pelos internos.

“Sem dúvida é um diferencial que se encontra aqui no Centro Penal Agroindustrial da Gameleira. E é uma atividade positiva porque além de eles aprenderem uma nova profissão, um conhecimento a mais que eles adquirem, há ainda a remição de pena”, observa o secretário. O centro penal tem hoje plantações de cana-de-açúcar, amendoim, mandioca, melancia, arroz e outra área já está sendo preparada para o cultivo de maracujá. Ainda dentro da unidade os presos trabalham em uma horta totalmente orgânica, onde não são utilizados produtos agrotóxicos.

Para Jacini, é com ações multidisciplinares, como as que são colocadas em prática através da Agência de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), que se promove a resocialização dos presos que cumprem pena no Estado. “E o objetivo aqui da gameleira é exatamente este: fazer com que o interno trabalhe, e trabalhe no cultivo do seu próprio alimento”, diz.

“Fazemos parcerias com as secretarias de Trabalho e Assistência Social, Educação e de Saúde para ter efetivamente esta ação multidisciplinar, utilizando toda a estrutura do governo do Estado como parceira”, ressalta. De acordo com o secretário, as ações multidisciplinares possibilitam ainda que os internos sejam capacitados não apenas na área agrícola, mas também com cursos em diversos segmentos, como auxiliar de pedreiro, pintor e eletricista.

Para cada três dias trabalhados os internos recebem uma remição de um dia na pena. Segundo o diretor-presidente da Agepen, coronel Deusdete Oliveira, atualmente 120 parceiros do sistema penitenciário oferecem apoio com relação a cursos de capacitação para os internos e contratação de mão-de-obra para unidades penais de todo o Estado.

Além de empregar a mão-de-obra dos internos na manutenção de toda a lavoura do Centro Penal Agroindustrial da Gameleira, os reeducandos também trabalham em outros setores da unidade, como na obra de ampliação da cozinha. Conforme o coronel Oliveira, após pronta, a cozinha industrial também vai empregar os internos para a confecção das refeições diárias. A empresa vencedora da licitação para administrar a cozinha terceirizada também deve continuar utilizando os produtos plantados e colhidos no solo do centro penal.

A unidade foi inaugurada há quase um ano, no dia 10 de maio do ano passado, e foi construída com recursos próprios do governo do Estado de R$ 7 milhões. No total, foram construídas 120 celas, entre individuais e coletivas e barracões para atividades de trabalho. Atualmente cerca de 500 presos cumprem pena no Centro Penal da Gameleira.