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decidirá apoio no dia 17, mas deixa brecha para minoria divergente
Dirigentes nacionais do PV (Partido Verde) anunciaram nesta quinta-feira que uma convenção no dia 17 de outubro definirá a posição do partido em relação ao segundo turno das eleições presidenciais.
BBC Brasil
06 de Outubro de 2010 - 13:44
Em entrevista coletiva, líderes do PV afirmaram que os membros do partido que discordarem da decisão poderão manifestar publicamente sua posição individual sobre as candidaturas de José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT).
O presidente nacional do PV, José Luiz Penna, disse ainda que os acordos políticos feitos com PT e PSDB em diferentes Estados do Brasil não serão definidores do apoio a Serra ou Dilma.
"Todos estes acordos são pretéritos, ninguém tem autoridade sobre o futuro. Quem vai decidir a posição do partido agora é a convenção", declarou.
Segundo o vice-presidente da legenda, Alfredo Sirkys, a convenção para o segundo turno já estava definida antes mesmo da filiação de Marina Silva ao partido.
"Em 2009, definimos que teríamos uma convenção para o segundo turno e que os perdedores da convenção teriam o direito de explicitar sua posição individual, desde que deixem claro que é individual", afirmou.
Posição pessoal
Em entrevista à rádio Jovem Pan nesta quarta-feira, a senadora Marina Silva - terceira candidata mais votada no primeiro turno das eleições presidenciais - sinalizou que o PV pode não apoiar de forma unânime nenhum dos dois candidatos à Presidência.
"Na realidade social e política, não se pode prever antecipadamente um resultado único. Não posso dizer que vai ser uma posição única. Vamos construir a posição do partido e a minha", afirmou.
"Em um partido como o PV, não tem como imaginar, até pela diversidade que temos, que você tenha um processo unânime e único."
Marina reforçou que a realização de uma convenção para discutir a posição do partido no caso de um segundo turno já estava prevista e que, caso a decisão não seja unânime, haverá "direito de manifestação" para a "minoria".
A senadora indicou ainda que também poderá tomar uma posição pessoal a respeito da disputa.
"O mais importante é discutir projetos, discutir ideias", afirmou. "Tudo isso vai estar presente até que cheguemos a uma posição do partido e, obviamente, eu terei uma posição."
Decisão
Segundo Alfedo Sirkys, os responsáveis pelo programa de governo de Marina Silva farão uma série de reuniões a partir da próxima quinta-feira para estabelecer um "programa mínimo". O programa será enviado aos dois candidatos e debatido com eles, em reuniões privadas.
A convenção será realizada em São Paulo e deve contar com a presença de deputados federais eleitos pelo PV e candidatos do partido aos governos estaduais e ao Senado.
Além deles, o grupo que criou o programa de governo da candidata, o Movimento Marina Silva e lideranças religiosas terão cinco representantes cada, com direito a voto.
No total, cerca de 80 pessoas votarão no apoio a Dilma, a Serra ou na independência em relação aos candidatos.
"Seja qual for a decisão tomada pelo partido, as posições individuais dos membros serão respeitadas. Temos diferenças e ninguém será punido por isso", declarou Sarkys.
João Paulo Capobianco, coordenador da campanha de Marina Silva, garantiu que a discussão com os dois candidatos à Presidência não vai se restringir às questões ambientais.
"A campanha falou de educação, de combate à corrupção, de economia. Não vamos debater só sobre unidades de preservação e proteção às florestas", disse.
"Os votos em Marina foram votos em uma proposta", acrescentou Capobianco. "Queremos definir o que fazer para que os candidatos ao segundo turno se pronunciem claramente sobre isso."