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Sidrolandia

Defesa Civil estuda projetos para minimizar alagamentos e deslizamentos de terra em Corumbá

O imóvel no bairro Havai, nas proximidades do bairro Cervejaria, que foi invadido por um deslizamento de terra no sábado, dia 22, foi interditado.

Diário Corumbaense

25 de Março de 2014 - 08:00

Após as fortes chuvas que caíram em Corumbá entre a madrugada de quinta para sexta-feira, dias 20 e 21 de março, e a manhã de sábado, 22, quando a precipitação alcançou volume de 108,4 milímetros, a Defesa Civil Municipal entrou na fase de aprofundar o estudo sobre o que ocorreu na cidade e apresentar propostas de ações para minimizar problemas semelhantes no futuro. Foram dez registros entre alagamentos de imóveis e deslizamentos.

“Estamos num segundo momento, passada a resposta inicial às ocorrências em que promovemos assistência. Agora, a fase é de aprofundar análises [sobre a situação] para novas ideias para mitigar esses efeitos”, afirmou ao Diário Corumbaense o chefe de Ações de Defesa Civil, tenente-bombeiro Isaque do Nascimento.

Ele informou que o órgão percorre as áreas classificadas como de risco pela cidade para verificar o comportamento – principalmente de encostas – com a finalidade de identificar “alguma probabilidade de ocorrer eventos desastrosos”.

Por outro lado, equipes da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinfra) fazem “intervenções corretivas” nos pontos onde foram registrados alagamentos. Uma dessas ações acontece na rua Gonçalves Dias, no bairro Aeroporto, onde houve o alagamento de três casas pelas águas das chuvas. Lá, o Município instala uma rede para escoamento das águas pluviais.

“Continuamos monitorando a situação”, completou o chefe da Defesa Civil ao informar que o trabalho local conta com apoio Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (CENAD), que é vinculado à Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil, órgão ligado ao Ministério da Integração Nacional.

De acordo com o tenente Isaque, a Defesa Civil corumbaense atuou em “10 episódios” de alagamentos de imóveis e deslizamentos de terra. “Em relação aos alagamentos, tivemos pontos críticos e são episódios recorrentes, no Cravo Vermelho III; no Cristo Redentor, no Maria Leite. Algumas ruas na parte alta ficaram intransitáveis por dificuldade de drenagem e houve alagamento de algumas moradias. Para todos procuramos solução, ou com moto bomba para fazer a drenagem ou com equipes da Seinfra fazendo desobstruções”, informou.

Imóvel interditado

O imóvel no bairro Havai, nas proximidades do bairro Cervejaria, que foi invadido por um deslizamento de terra no sábado, dia 22, foi interditado. Não houve vítimas, somente danos materiais.

“Fizemos o reconhecimento da área, constatamos dois movimentos de terra de uma pequena encosta com cerca de 10 a15 metros e ângulo entre 80 e 90 graus. É área mapeada e reconhecida como área de risco. A família perdeu parte dos pertences e com relação à casa, não teve outra alternativa que fosse a de fazermos a interdição. Não havia condições de continuar ali por conta do cenário todo. Uma vez interditada, nas condições que o cenário apresenta, vamos propor a demolição do imóvel. A família está em casa de amigos e a Assistência Social do Município vai procurá-los para o cadastro social dela e encaminhamento ao setor de Habitação da Prefeitura, para que fique com algumas prerrogativas no momento de contemplação de imóveis populares”, explicou o chefe da Defesa Civil. A família já recebeu apoio alimentício da Assistência Social.

Nas proximidades desse imóvel foi registrado um segundo caso de deslizamento de terra. “Houve pequeno deslizamento, isolamos o local, mas o quadro não era de interdição total, não houve desalojados ou desabrigados ali, mas orientação preventiva”, completou.

Uma recomendação da Defesa Civil para moradores de áreas de risco é que fiquem atentos nesse período de instabilidade climática. “Agucem seu juízo intuitivo para a percepção do risco, se atentem aos sinais do ambiente e do local. Qualquer sinal que possa trazer transtornos entre em contato com a Defesa Civil através do telefone 199 ou pessoalmente e também com os Bombeiros pelo telefone 193”, alertou Isaque do Nascimento.

Levantamento feito pela Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM), órgão vinculado ao Ministério das Minas e Energia, fez um mapeamento – no ano passado – das áreas de risco em Corumbá. São pelo menos 400 imóveis localizados em áreas com risco de deslizamento ou enchente. “Essa área compreende desde o Generoso, passando por Cervejaria, Beira Rio, Borrowski, Fortaleza (entorno alameda Vulcano até o Porto Limoreiro). Há ainda a região de morraria”, completou o chefe de Ações de Defesa Civil.