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Sidrolandia

Depois da corrupção, Dourados vive um quase plebiscito

Fora Murilo, os demais candidatos se registraram na Justiça Eleitoral para disputar o cargo por meio de chapa única

MS Noticias

04 de Janeiro de 2011 - 11:00

A eleição extraordinária para prefeito virou quase um plebiscito, já que será realizada praticamente com uma só candidatura de expressão, a do ex-vice governador Murilo Zauith (DEM), apoiada pela grande maioria dos partidos (DEM, PT, PMDB, PDT, PSDB, PPS, PSB, PSL, PTB, PT do B, PR, PV, PSC, PSDC e PRB).

Fora Murilo, os demais candidatos se registraram na Justiça Eleitoral para disputar o cargo por meio de chapa única. Então, a eleição virou quase um "sim" ou "não" para Murilo.

O PMN lançou o professor Genival Antonio Valeretto e foi o primeiro partido a pedir o registro oficial da candidatura na disputa pela prefeitura de Dourados, cuja eleição será realizada no dia 6 de fevereiro.

O registro ocorreu ontem. Também estão concorrendo o PSDC de Geraldo Sales e o PSOL com José Araújo, os quais junto com Murilo devem registrar a candidatura oficialmente nesta terça-feira.

Em Mato Grosso do Sul, PMN, PSDC e PSOL são partidos pequenos que geralmente não passam de 1% do eleitorado quando disputam eleições majoritárias.

Os que esperavam um contraponto do PT, que administrou a cidade antes de Ari Artuzi (ex-PDT) chegar ao poder com Laerte Tetila, decepcionou-se, já que os petistas, majoritariamente, preferiram fechar acordo político com Murilo Zauith (DEM), de olho na eleição de 2012, quando o senador Delcídio do Amaral (PT) deve disputar o governo do Estado.

"Infelizmente, não foi viabilizada uma candidatura dos setores progressistas, o que tornará o debate eleitoral menos vivo, democrático, participativo e enriquecedor. As outras candidaturas não apresentam maior densidade política, social e programática", lamentam os dirigentes do PC do B, um dos setores políticos que se sentiram órfãos e preferiram se abster da eleição de Dourados.

O PCdoB decidiu, em convenção no último domingo, tomou uma decisão inusitada: nem Murilo, nem outro nome e nem voto nulo. Os comunistas de Dourados, pelo visto, viraram “tucanos”, ou pelo menos decidiram ficar “em cima do muro”. E olha que nem o PSDB anda fazendo isso: em Dourados, resolveu apoiar Murilo, assim como a maioria dos partidos, inclusive o PT, este de olho no projeto do senador Delcídio do Amaral para a sucessão estadual de 2012.

Os comunistas douradenses decidiram que não formalizarão aliança com nenhuma das candidaturas lançadas, recomendando aos eleitores que não anulem o voto, mas que se mantenham vigilantes sobre os graves acontecimentos que abalaram o município recentemente, cobrando a apuração da corrupção que se instalou nos poderes municipais. Conclama os segmentos organizados do povo a reconstruírem a alternativa de um projeto de desenvolvimento humano, inclusivo, democrático e de respeito às coisas públicas para Dourados, já com vistas à eleição de 2012.

Alegam os comunistas que não têm nome com destaque social para lançar como candidato a prefeito de Dourados. Mas quando um partido abdica de disputar eleição, que é um de seus principais objetivos políticos por aspirar o poder, talvez seja melhor fechar as portas.