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Sidrolandia

Depois de tomar dipirona, grávida de 35 anos aborta feto em casa

De acordo com boletim de ocorrência, a vítima informou aos policiais que enquanto dormia sentiu a cama molhada, tentou se levantar, mas caiu no chão.

Correio do Estado

12 de Janeiro de 2017 - 13:00

Mulher de 35 anos teve aborto em casa na madrugada de hoje no jardim Zé Pereira, em Campo Grande, um dia depois de tomar dipirona, medicamento que é contraindicado para gestantes. O feto de 48 cm foi encontrado enrolado em um cobertor em cima da cama e a polícia investiga se o aborto foi espontâneo ou induzido pela mulher.

De acordo com boletim de ocorrência, a vítima informou aos policiais que enquanto dormia sentiu a cama molhada, tentou se levantar, mas caiu no chão. A filha da gestante a encontrou caída no quarto e chamou socorro. Ninguém da família sabia que a mulher estava grávida, segundo relatos de parentes à polícia.

Quando socorristas chegaram, encontraram feto enrolado em um cobertor em cima da cama. Medicamentos abortivos foram procurados por equipe da perícia, mas nada foi encontrado. A mulher foi levada para Santa Casa da Capital e o feto encaminhado para Instituto de Medicina e Odontologia Legal (Imol) da Capital.

A polícia investiga o caso para verificar se a criança nasceu com vida ou se a mãe realizou manobra abortiva. Será realizada uma perícia necroscópica para atestar a causa da morte do bebê.

HISTÓRICO E DIPIRONA

A filha da gestante contou aos policiais que ontem à noite, antes de dormir, a mãe passou mal dentro do banheiro. Ao ser questionada pela filha, a mulher disse que estava com dor de cabeça e pediu remédio. A filha conta ter dado dipirona para a mãe. 

Na madrugada de hoje, a jovem encontrou a mãe caída no chão perdendo muito sangue e chamou o atendimento médico. Ela também informou à polícia que não sabia que a mãe estava gestante e não percebeu que um bebê estava no quarto pois não ouviu nenhum tipo de choro.

A mãe da gestante informou também à polícia que suspeitava que a filha estivesse grávida, mas que não tinha certeza e que há pouco tempo ela perdeu o pai e tinha sintomas de depressão. 

De acordo com especialistas, dipirona sódica é capaz de passar pela placenta, atingindo o feto. Pesquisas comprovam que a dipirona, quando consumida nos primeiros 3 meses de gestação pode causar má formação do feto, ou ainda atraso no desenvolvimento deste, sendo que o consumo da medicação em doses elevadas pode causar até mesmo a morte do embrião.