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Sidrolandia

Depois de uma semana de greve dos bancários, população lota correios e lotéricas

Nesta quarta-feira meia-hora antes da agência, aproximadamente 40 pessoas se aglomeravam nas redondezas

Flávio Paes/Região News

14 de Outubro de 2015 - 13:41

Assim como restante do País, a população de Sidrolândia, depois de uma semana de greve (na cidade começou um dia depois da deflagração nacional do movimento) está recorrendo as lotéricas (são duas na cidade) e na única agência dos Correios, que atende basicamente os clientes do Banco do Brasil. Só o Sicredi (que embora seja banco, mas tem estrutura de cooperativa) funciona normalmente.

Nos Correios, segundo o gerente André Luiz Leal, o movimento praticamente dobrou desde o início da greve. Em média a agência atende 200 pessoas, agora varia entre 380 e 400. São quatro atendentes (incluindo ele próprio) que trabalham das 9 às 11 horas; param duas horas para o almoço, retomando às 13 horas com o fim do expediente às 16h30. Ele garante que o tempo de espera na fila é menor até que nas agências.

Nesta quarta-feira meia-hora antes da agência, aproximadamente 40 pessoas se aglomeravam nas redondezas. A primeira a ser atendida (por conta de ser idosa e ter preferência), foi dona Maria Cristina de Souza, atendida em 20 minutos. Foi sacar o dinheiro da pensão do neto de dois anos que ela cuida. Como não sabe ler, evita o caixa eletrônico, precisa sempre ir na boca do caixa. O saque nos Correios é limitado a R$ 2 mil. Não há restrição a depósito, obrigatoriamente só em dinheiro porque a compensação de cheques está suspensa.

Quem também levantou cedo para ir ao Correio, foi Luiz Padilha, que precisava pagar a parcela de um financiamento que venceu justamente no primeiro dia greve (dia 7). Nos Correios, os pagamentos de boletos são limitados a R$ 500,00. Já Shaila da Silva, 28 Anos, foi fazer um depósito e abrir uma conta poupança.

Balanço

Conforme balanço das lideranças sindicais, 93% das agências de Campo Grande e região (na qual está inserida Sidrolândia), aderiram à greve. Segundo o presidente do Sindicato, Edvaldo Franco, são 115 agências fechadas na capital e 26 nos municípios sob sua jurisdição.

“Ainda não temos nenhuma reunião prevista, nada agendado e a paralisação continua firme. A tendência é piorar”, ressaltou Franco. O sindicato diz que não houve proposta da Federação Nacional dos Bancos, por isso, as agências continuam sem atendimento ao público.

A greve, no âmbito nacional, começou na terça-feira (6), após a categoria decidir pela paralisação no dia 1º de outubro, depois de uma assembleia em que eles rejeitaram a proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban).

Os trabalhadores pedem 16% de reajuste e a contratação de mais funcionários nas agências, para reduzir as filas, além de redução das tarifas para os clientes e mais segurança nas agências.

Os bancos oferecem 5,5%, que não foi aceito por eles em assembleia, porque não repõe nem a inflação. A Fenaban ainda não fez outra proposta aos trabalhadores, segundo o sindicato.