Sidrolandia
Dilma: aprovar CPMF é acelerar saída da crise
Dilma defendeu o governo dizendo ter um histórico de redução de impostos ao longo dos últimos anos, que muitos culpam em parte pelo atual desequilíbrio fiscal.
Band
18 de Novembro de 2015 - 13:09
A presidente Dilma Rousseff
afirmou nesta segunda-feira, durante viagem à Turquia, que aprovar a volta da
CPMF (Constribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) é fundamental
para o país atingir superávit primário e acelerar o processo de saída da crise
e avaliou que o governo tem maioria no Congresso, apesar de dificuldades
enfrentadas recentemente.
Apesar da resistência entre parlamentares, a recriação da CPMF é a principal
aposta do governo entre as medidas de ajuste fiscal enviadas ao Congresso na
tentativa de equilibrar as contas públicas, mas o projeto ainda não foi
admitido no Legislativo até o momento. "Esse esforço de reequilíbrio
fiscal agora vai requerer de nós, além de todas as medidas de redução de
despesas que nós tivemos, vai requerer de nós, para poder fechar as contas e
fazermos superávit, vai requerer do Brasil a consciência e a responsabilidade
para aprovar a CPMF", disse Dilma em entrevista coletiva após participar
de reunião de cúpula do G20 na Turquia.
"É uma questão fundamental para o Brasil se ancorar, se estabilizar, e ter
condições de acelerar o processo de saída da crise. Portanto, acredito que o
Brasil vai ter nesse momento de enfrentar esse fato. É fundamental que se
aprove a CPMF", acrescentou.
Dilma defendeu o governo dizendo ter um histórico de redução de impostos ao
longo dos últimos anos, que muitos culpam em parte pelo atual desequilíbrio
fiscal e apontou a CPMF como um aumento de tributo não para se gastar mais, mas
"para se crescer mais".
Apesar de o governo enfrentar dificuldades para dar andamento a projetos
prioritários no Congresso, a presidente afirmou na entrevista que a avaliação
interna é de que há maioria, em alguns casos ampla e em outros apertada.
Na semana passada, a Câmara dos Deputados aprovou, por 230 votos a 213, após
diversos adiamentos, o projeto que cria um programa para regularizar bens não
declarados de brasileiros no exterior que faz parte das medidas de ajuste
fiscal enviadas pelo governo.
"A avaliação do governo é que nós temos hoje maioria. Em alguns casos,
maioria bem confortável, em outros uma maioria mais apertada. Mas nós temos
maioria. Eu acredito que a situação política no Brasil está cada dia mais se
normalizando", afirmou.
Levy
Dilma também reiterou defesa ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy, dizendo
discordar das críticas feitas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e
afirmando que especulações sobre sua saída são extremamente nocivas ao país.
"Eu não só gosto muito do presidente Lula como o respeito, e isso é público
e notório, mas nós não concordamos e não temos de concordar em todas as
avaliações", disse Dilma, quando questionada se concordava com críticas de
Lula a Levy.
"Acho extremamente nocivo para o país as especulações que vira e mexe são
feitas quanto ao ministro Joaquim Levy, que me obrigam, de forma sistemática, a
reforçar que o ministro Joaquim Levy fica onde está".