Sidrolandia
DNA comprova que Bruno é pai de filho de Eliza, diz advogado
Segundo o advogado, o resultado ainda não foi oficializado porque depende da assinatura do médico responsável
Terra
20 de Outubro de 2010 - 14:57
José Arteiro Cavalcante Lima, advogado da mãe de Eliza Samudio, Sonia Samudio, afirmou nesta quarta-feira que um exame de DNA confirmou que o neto de sua cliente é filho do goleiro Bruno Fernandes de Souza. Segundo o advogado, o resultado ainda não foi oficializado porque depende da assinatura do médico responsável, que está viajando.
Não tem dúvidas. O menino é do Bruno com 100% de certeza. Falta o médico dono da clínica no Rio de Janeiro, que fez o exame e que está viajando, assinar para que o resultado do exame seja juntado ao processo no Tribunal do Júri de Contagem (MG), afirmou o advogado. De acordo com o defensor, o atleta cedeu material genético quando estava preso na penitenciária de Bangu 2, no Rio de Janeiro.
A advogada Tárcia Borges, que também defende Sonia Samudio, não quis divulgar o resultado do exame, mas confirmou que ele está pronto. Questionada se o resultado trazer grandes mudanças ao processo, a defensora negou a possibilidade. Quando o processo for juntado, serão solicitadas as providências de praxe, disse ela, que seriam a solicitação de pensão alimentícia e o reconhecimento de paternidade.
O caso
Eliza desapareceu no dia 4 de junho, quando teria saído do Rio de Janeiro para Minas Gerais a convite de Bruno. No ano passado, a estudante paranaense já havia procurado a polícia para dizer que estava grávida do goleiro e que ele a agrediu para que ela tomasse remédios abortivos. Após o nascimento da criança, Eliza acionou a Justiça para pedir o reconhecimento da paternidade de Bruno.
No dia 24 de junho, a polícia recebeu denúncias anônimas dizendo que Eliza havia sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. Na noite do dia 25 de junho, a polícia foi ao local e recebeu a informação de que o bebê apontado como filho do atleta, de 4 meses, estava lá. A atual mulher do goleiro, Dayanne Rodrigues do Carmo Souza, negou a presença da criança na propriedade. No entanto, durante depoimento, um dos amigos de Bruno afirmou que havia entregado o menino na casa de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves, onde foi encontrado.
Enquanto a polícia fazia buscas ao corpo de Eliza seguindo denúncias anônimas, em entrevista a uma rádio no dia 6 de julho, um motorista de ônibus disse que seu sobrinho participou do crime e contou em detalhes como Eliza foi assassinada. O menor citado pelo motorista foi apreendido na casa de Bruno no Rio. Ele é primo do goleiro e, em dois depoimentos, admitiu participação no crime. Segundo a polícia, o jovem de 17 anos relatou que a ex-amante de Bruno foi levada do Rio para Minas, mantida em cativeiro e executada pelo ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola ou Neném, que a estrangulou e esquartejou seu corpo. Ainda segundo o relato, o ex-policial jogou os restos mortais para seus cães.
No dia seguinte, a mulher de Bruno foi presa. Após serem considerados foragidos, o goleiro e seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, acusado de participar do crime, se entregaram à polícia. Pouco depois, Flávio Caetano de Araújo, Wemerson Marques de Souza, o Coxinha Elenilson Vitor da Silva e Sérgio Rosa Sales, outro primo de Bruno, também foram presos por envolvimento no crime. Todos negam participação e se recusaram a prestar depoimento à polícia, decidindo falar apenas em juízo.
No dia 30 de julho, a Polícia de Minas Gerais indiciou todos pelo sequestro e morte de Eliza, sendo que Bruno responderá como mandante e executor do crime. Além dos oito que foram presos inicialmente, a investigação apontou a participação da atual amante do goleiro, Fernanda Gomes Castro, que também foi indiciada e detida. O Ministério Público concordou com o relatório policial e ofereceu denúncia à Justiça, que aceitou e tornou réus todos os envolvidos. O jovem de 17 anos, embora tenha negado em depoimentos posteriores ter visto a morte de Eliza, foi condenado no dia 9 de agosto pela participação no crime e cumprirá medida socioeducativa de internação por prazo indeterminado.