Sidrolandia
Doutorandos usam moscas varejeiras para desvendar tempo de crimes
A UEMS é uma das poucas universidades brasileiras que desenvolve pesquisas com "moscas forenses e já estabeleceu os primeiros contatos com a Polícia Civil
Dourados News
12 de Julho de 2015 - 20:47
Pesquisa desenvolvida na UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) mostra que uma pequena mosca pode revelar informações preciosas no esclarecimento de crimes. Segundo o coordenador da pesquisa, William Fernando Antonialli Junior, ao decifrar a impressão digital dos insetos que ajudam a decompor os corpos é possível obter indícios de como aconteceu um determinado crime.
A UEMS é uma das poucas universidades brasileiras que desenvolve pesquisas com "moscas forenses e já estabeleceu os primeiros contatos com a Polícia Civil de Dourados com objetivo de, em casos em que o corpo está em estágio de decomposição avançada, auxiliar em uma estimativa do tempo de intervalo pós morte.
Para Antonialli Junior, que coordena o Labeco (Laboratório de Ecologia Comportamental) da UEMS, e a doutoranda que pesquisa o tema, Michele Castro de Paula, por meio das moscas é possível identificar várias informações como: indicação sobre local de um assassinato (se a vítima foi morta no local onde o corpo foi encontrado ou se apenas foi deixada naquele local); qual o tempo de morte do cadáver, entre outras. Sobre a identificação do local do crime, o pesquisador explica que, dependendo do ciclo de vida do inseto é possível saber se o corpo está tomado por larvas de moscas que não ocorrem naquele local e isto demonstra para o investigador ou perito que a pessoa não foi morta no local em que foi encontrada.
O principal desafio que se tem ao usar insetos em perícias é saber com precisão e agilidade de qual espécie é o inseto. Diante disso, as pesquisas da UEMS buscam decifrar a impressão digital ou assinatura dos insetos. O inseto tem em seu tegumento, o que é equivalente a nossa digital, compostos químicos que são cheiros, para ele. Quando um indivíduo passa a antena no outro é como se ele tivesse passando o leitor de código de barras que lhe transmite a informação se aquele indivíduo é de sua espécie, disse o professor.