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Sidrolandia

Durante expediente, Lula recebe Dilma no Nordeste

Candidata do PT vai a evento oficial em Pernambuco como convidada. Para oposição, Lula usa máquina pública a favor de Dilma

Redação de noticia

07 de Maio de 2010 - 14:46

Em menos de uma semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa pela segunda vez, nesta sexta-feira, de evento público ao lado da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff. Após o ato de 1° de maio, em São Paulo, Lula e Dilma estarão hoje em cerimônia do lançamento do navio João Cândido, no porto de Suape, em Pernambuco. Dilma não deverá ter direito a discurso, mas o ato garantirá vitrine política à candidata.

O presidente já declarou que usará apenas os momentos fora de seu horário de trabalho para ajudar na campanha da candidata petista. No entanto, o evento desta sexta-feira, diferentemente do promovido pelas centrais sindicais, que aconteceu no final de semana, em São Paulo, está previsto na agenda oficial do presidente.

A presença de Dilma ao lado de Lula no Nordeste, onde é aprovado por quase 90% das pessoas, ajuda a reforçar a ideia para a população de que a ex-ministra é a “candidata do presidente”. Segundo integrantes da campanha petista, a avaliação é a de que eventuais tropeços cometidos por Dilma no início da campanha sejam amenizados com a visibilidade proporcionada pela participação da petista como convidada na cerimônia ao lado do patrocinador de sua candidatura. Para alguns interlocutores da campanha, a inexperiência de Dilma na fase inicial da disputa eleitoral antecipou a atuação de Lula em cena.

Uma cartilha da Advocacia-geral da União divulgada em março garantiu que a ministra está liberada até junho, prazo para o registro de candidaturas às eleições de outubro, para participar de qualquer evento com a presença de Lula. No entanto, a partir de junho essa participação estará vedada.

Para a oposição, o presidente pode convidar quem quiser para eventos de Estado, mas precisa estar atento para que o ato não seja caracterizado como eleitoreiro. “ Dilma pode ir, evidentemente. Desde que a linguagem e comportamento não se configurem como campanha antecipada. É isto que vamos observar”, disse o líder do DEM no Senado, José Agripino (RN). “Não há razão para discursar falar, ela não é autoridade”, continuou.

Já o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) avalia que o presidente usa a máquina pública para fazer campanha antecipada para a ex-ministra. “ A questão não é a presença ao ato, mas sim a exploração que o presidente faz da presença dela. Ele faz insinuações e transforma ato oficial em campanha eleitoral. De forma indireta ou diretamente é utilização da máquina pública”, criticou. “ Tenho a impressão de que poderá resultar em mais uma representação na Justiça Eleitoral”, prevê o senador.

Roteiro

Nas últimas semanas, Dilma tem priorizado viagens a região Sudeste, onde está em desvantagem em relação ao principal adversário, o tucano José Serra. Só a Minas Gerais, por exemplo, a petista já viajou pelo menos quatro vezes desde que deixou o cargo na Casa Civil, no final de março. Segundo maior colégio eleitoral do País, com 14 milhões de eleitores, o Estado é considerado o fiel da balança para os presidenciáveis.

Já para Serra, o Nordeste é uma das regiões mais problemáticas em termo de votos. Se a eleição fosse hoje, de acordo com pesquisa Datafolha do último dia 19, a petista venceria o tucano por 33% a 27%.