Sidrolandia
Eleição atrae maior número de observadores internacionais
Agência Brasil
29 de Setembro de 2010 - 14:20
As eleições de domingo (3) serão acompanhadas por mais de 150 observadores internacionais, entre representantes governamentais e não governamentais. O número supera em mais de sete vezes a média registrada desde 2002, de 20 observadores por eleição.
Neste ano, o número de países representados pelos observadores também é mais expressivo que a soma de todas as nações registradas desde 2002 - 36 em 2010 contra 35 na soma de 2002, 2004, 2006 e 2008. As maiores delegações são da Argentina e do México.
Para Ricardo Caldas, cientista político da UnB (Universidade de Brasília), um dos motivos do interesse é o resultado positivo da gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Lula deixa o governo com uma gestão excelente, de ótimos índices econômicos e indicadores sociais brilhantes.
O especialista também acredita que o interesse internacional se deve ao fato de o presidente Lula ser um socialista bem-sucedido. Segundo Caldas, o contexto internacional indica um fracasso recente dos socialistas, como a renúncia de Gordon Brown, do Partido Trabalhista da Inglaterra, em maio deste ano, e a eleição da conservadora Angela Merkel no lugar de Gerhard Schröder, do Partido Social-Democrata da Alemanha, em 2005.
Lula definiu novos caminhos para a social-democracia. Começou nas eleições de 2002 com um discurso marxista e depois fez uma gestão bastante pragmática, com alto impacto social, diz Caldas.
O cientista político Humberto Dantas, da Universidade de São Paulo (USP), também acredita que o impacto da gestão Lula é um dos motivos do interesse internacional.
O mundo quer saber: o que será do Brasil após o Lula?, sintetiza Dantas. Para o cientista, a imagem que fica para a comunidade internacional em relação ao atual presidente é extremamente positiva.
O cientista também acredita que o país está cada vez mais em evidência, o que causa receio quanto aos rumos que tomará no futuro. Temos que nos acostumar com o fato de que cada vez mais pessoas tenham esse questionamento, afirma.
Segundo Dantas, o protagonismo do país está chamando atenção ainda para o próprio processo eleitoral e para o sistema de votação com urnas eletrônicas, adotado desde 1996.