Sidrolandia
Eleição próxima ao feriado de Finados pode aumentar índice de abstenção
O cientista político da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) Hermes Zaneti faz um alerta sobre o risco de aumento de abstenção de votos no segundo turno das eleições, marcado para o dia 31.
Redação de Notícias
06 de Outubro de 2010 - 15:39
Segundo ele, a razão seria o fato de o segundo turno presidencial ser uma eleição solteira para a maioria da população.
Em muitos estados [18] não vai haver segundo turno para governador, assim como não teremos em nenhum mais eleições para senador, deputado federal e deputado estadual, que são agentes mobilizadores. Não há um motor mobilizador do eleitorado para o dia da eleição, avaliou em entrevista hoje (6) pela manhã no programa Revista Brasil, da Rádio Nacional.
De acordo com ele, a proximidade do dia da votação domingo (31) com o feriado de Finados, que será na terça seguinte, dia 2 de novembro, também pode desmotivar o comparecimento dos eleitores. A data escolhida é absolutamente inoportuna, criticou ao dizer que o novo turno das eleições está marcado entre datas que as pessoas querem aproveitar para o seu lazer e viagem.
Para o cientista político, as abstenções revelam o desencanto dos eleitores. Não é imotivado isso, basta lembrar os episódios a que nós assistimos quer em nível regional, quer em nível federal, disse. Na opinião do acadêmico, isso é um chamamento aos partidos, às lideranças, e à própria estrutura democrática que com tanta dificuldade se conquistou no país.
Apesar das críticas, o professor defendeu o comparecimento de todos eleitores na votação. A população precisa participar. Não é porque o voto é obrigatório, mas porque é a oportunidade do exercício da cidadania. Neste momento, o poder está na mão de quem detêm o voto.
Hermes Zaneti também reconheceu a importância das eleições em dois turnos. São apenas dois candidatos. Aí há realmente o confronto de propostas, o que no caso específico desta eleições nós não tivemos, lembrou.
No primeiro turno das eleições, 24,6 milhões de pessoas deixaram de votar (18,12% dos eleitores).