Sidrolandia
"Estabeleceram uma imobiliária" com bens da reforma agrária, diz Incra-MS
Segundo o superintendente do Incra em Mato Grosso do Sul, Celso Cestari, na última quarta-feira foram retiradas oito famílias, e nos próximos dias até 45 famílias devem ser removidas.
G1 MS
22 de Agosto de 2013 - 16:00
A ação de reintegração de posse dos lotes para reforma agrária começou no assentamento Santo Antônio, em Itaquiraí, a 402 km de Campo Grande. Na localidade, cerca de 200 lotes teriam sido vendidos. O assentamento foi criado em 2007 e conta com 1,3 mil lotes. Segundo o superintendente do Incra em Mato Grosso do Sul, Celso Cestari, na última quarta-feira (21) foram retiradas oito famílias, e nos próximos dias até 45 famílias devem ser removidas.
Em entrevista ao Bom Dia MS desta quinta-feira (22), Cestari reconheceu a omissão do Incra, que nos últimos anos deixou de fiscalizar a distribuição de lotes, mas disse esperar que a iniciativa possa restabelecer a ação do poder público e aplicar corretamente o programa de reforma agrária no estado. "O que preocupa o Incra é um grupo pequeno de pessoas se apoderar de um bem público e fazer um verdadeiro comércio. Essas pessoas se intitularam donas de um bem público e estabeleceram uma verdadeira imobiliária", disse o superintendente.
Cerca de 1,2 mil famílias foram notificadas para desocupar áreas em assentamentos rurais em Mato Grosso do Sul. Esses assentados teriam comprado lotes de maneira irregular. Desde a última quarta-feira (21), a Polícia Militar e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) começaram a cumprir as ordens de desocupação expedidas pela Justiça Federal. Os lotes recuperados serão destinados à reforma agrária. Atualmente existem 25 mil famílias aguardando na fila de espera.