Sidrolandia
Falta de mão obra trava expansão das indústrias de confecções de Sidrolândia
A Tip Top, com 340 funcionários, poderia contratar de imediato mais 50, tem hoje oito módulos de produção funcionando e seis parados
Flávio Paes/Região News
12 de Dezembro de 2010 - 00:06
As duas indústrias de confecções instaladas em Sidrolândia que juntas empregam quase 700 funcionários estão funcionando abaixo da sua capacidade de produção plena por falta de pessoal treinado para atuar na costura industrial. Gerentes das empresas temem que no máximo em dois anos, enfrentem um apagão de mão de obra, com risco até para manutenção das unidades.
A Tip Top, com 340 funcionários, poderia contratar de imediato mais 50, tem hoje oito módulos de produção funcionando e seis parados cada um com 10 máquinas. A Via Blumenau, com 240 trabalhadores, já comunicou a prefeitura e ao Senai que em 2011 vai precisar de mais 100 para garantir seu plano de expansão que prevê a construção de três galpões de
A falta de mão de obra também é o fator limitante para o crescimento da unidade local da Tip Top com oito módulos em funcionamento, produz em média 8 mil peças por mês. A de Campo Grande, que conta com 600 funcionários, vai dobrar seu quadro com a abertura de um turno extra de trabalho.
A falta de mão de obra especializada hoje é um problema quase generalizado no país inteiro, mas assume proporções maiores
Nem o fato de haver na cidade uma unidade do Senai mudou este quadro porque o valor da hora-aula pago nos cursos contratados com verba do FAT é de R$ 3,95, enquanto os do Senai não saem por menos de R$ 4,42, um custo de R$ 1 mil. Os cursos tem carga-horária de 226 horas, sendo 156 práticas e 70 teóricas.
Com o apoio da prefeitura (que pagou os instrutores da parte teórica), das empresas (que cederam o material) e do próprio Senai (que entrou com as máquinas e os instrutores) foi realizado um curso que atraiu 200 alunos, mas 60% desistiu. Os 80 que foram até o fim estão trabalhando na Tip Top. A empresa também está treinando 13 jovens que se inscreveram no programa do menor aprendiz.
A rotatividade da mão de obra é outro complicador. Pouca gente mostra interesse em permanecer trabalhando muito tempo cumprindo uma jornada de segunda a sexta-feira das 7 da manhã às 4h48 da tarde para ganhar R$ 555,00 (R$ 45,00 acima do mínimo) e uma cesta básica de R$ 40,00 para quem não tiver falta.