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Sidrolandia

Família de enfermeira que se envolveu em “rusga” com Enelvo quer fim de divergências

Ela expressa preocupação com relação ao fato temendo que o problema se agrave ainda mais.

Marcos Tomé/Região News

25 de Julho de 2013 - 19:51

A família da enfermeira Cleide Roque Machado, de 44 anos, que se envolveu numa discussão com o ex-prefeito de Sidrolândia Enelvo Felini (PSDB) durante um jantar na noite da última terça-feira (23/07), clama por paz. Cleide procurou a redação do Região News na tarde desta quinta-feira, num desabafo, afirmou que o incidente não passou de um mal entendido.

Após a notícia publicada na tarde de ontem que narrou o acontecido, uma enxurrada de comentários e provocações através da rede social, o facebook, com teores altamente ofensivos a sua família foram postados em sua página. Ela expressa preocupação com relação ao fato temendo que o problema se agrave ainda mais.

“Moramos numa cidade pequena. Aqui todos me conhecem em decorrência do trabalho que presto para o município, por outro lado, não posso dizer o mesmo. Ou seja, vivo com medo, nunca sei quem vai me abordar na próxima esquina”, comenta. A enfermeira diz não saber as motivações que levaram algumas pessoas a taxa-la como uma espécie de símbolo eleitoral.

“Na época da campanha até uma boneca com a caricatura da Mulher Maravilha foi divulgado nas redes sociais se passando por mim”, relembra. Era comum, segundo ela, nos palanques eleitorais ter o nome citado em decorrência do salário que ganhava como enfermeira. “Por politicagem as pessoas criticam sem saber de fato o trabalho que era feito”, enfatiza.

A Profissão

Há seis anos e meio Cleide Roque é concursada na prefeitura. Em decorrência da morte do filho mais velho, Cristian Machado, de 21 anos, que se envolveu num acidente resolveu se mudar de Campo Grande para Sidrolândia em 2010 por se tratar de uma cidade menor e calma. Na ocasião já havia completado cerca três anos e meio na função.

De lá pra cá, passou a se dedicar ainda mais as suas atribuições assumindo uma leva de outras tarefas. Concursada para o PSF do Cascatinha II, passou a coordenar os trabalhos da Atenção Básica, chefiar SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), Posto Central, enfermeira chefe do município, além de manter o controle do rodizio de férias dos profissionais da saúde.

Ela conta que foi acrescido em seu salario base pouco mais de R$ 2.5 mil mês para desempenhar todas estas funções. Como se não bastasse, em casos de falta de médico, acabava tendo que resolver o problema, além de ser linha de frente de praticamente todas as campanhas desenvolvidas pela pasta.

“Dediquei-me 24 horas por dia a saúde de Sidrolândia. Meu celular não parava um minuto. Não tinha final de semana, feriado ou férias. Alias, neste período nunca consegui desfrutar mais de 6 dias de descanso (férias)”, conta. Há 20 anos ela presta serviços no Hospital Universitário da Capital onde cumpri 10 plantões noturnos por mês.

Para conciliar a agenda diante a tantas tarefas, acabava tendo de se desdobrar com a ajuda de colegas que vês ou outra, quebrava um “galho”. Seu esposo, Paulo Roque, além da atividade empresarial que desenvolve em Sidrolândia tem de tirar serviço em Campo Grande. Há oito anos ele faz parte do SAMU. Ela conta que o marido foi quem treinou o grupo de socorristas de Sidrolândia.

Divergências Políticas

“Não sou candidata a nada, não sou latifundiária nem almejo cargos na administração. Sou funcionaria pública por mérito. Passei num concurso onde a concorrência era de cem candidatos por vaga. Na época, além de trabalhar no HU eu dava aula na UFMS para os alunos do 4ª ano de enfermagem. Gosto de Sidrolândia e moro aqui por opção. Não quero alimentar discórdia, rivalidade ou inimizade com ninguém”, desabafa.

Com lágrimas nos olhos, Cleide diz não entender o porquê escolheram sua família pra alvo. “Nunca conversei com o senhor Enelvo, com raras exceções de alguns cumprimentos. Hoje ele ocupa um cargo de chefia sobre minha função na prefeitura e não quero que este relacionamento se transforme num problema para ambas as partes”, alerta.

O Caso

Durante jantar no Nantes Buffet, rodeado por amigos e familiares estava Enelvo Felini que foi ao evento prestigiar a esposa apontada pela opinião pública como a vereadora mais atuante do município. Durante o evento, Monalisa, filha de Cleide Machado, partiu numa empreitada para tirar “conversa a limpo” com o ex-prefeito.

A moça foi saber de Enelvo as razões que o levou a citar o nome de sua mãe atribuindo a mesma os ataques que tem sofrido nas redes sociais. No dia seguinte, em sua pagina oficial no facebook a vereadora Vilma relatou que Enelvo foi agredido fisicamente, verbalmente e ameaçado durante o evento.

Ocorre que minutos antes da investida de Monalisa, Paulo Roberto (pai) teria intimidado Felini. Segundo testemunhas, Paulo o empurrou, teria dado um chega pra lá no ex-prefeito. O pai da moça negou esta versão dos fatos, mas confirmou ter trocado “farpas” ao servir o jantar.