Sidrolandia
Fazendeiros esperam para próxima semana despejo de kadiwéus
A ordem de reintegração de posse é válida para as fazendas Terra Preta, Vila Real, Limoeiro, Ressaco, Capim Gordura, Nova Um, Esteio, Santa Márcia I e II, Baía da Bugra e Duas Irmãs.
Campo Grande News
18 de Outubro de 2012 - 14:40
Os fazendeiros aguardam para a próxima semana o cumprimento da reintegração de posse de 11 imóveis rurais invadidos por índios kadiwéus em Corumbá. De acordo com a Polícia Federal, a reintegração está prevista para ser realizada a partir de segunda-feira, afirma o advogado Carlos Souza.
Segundo ele, os índios já foram notificados pelo oficial de Justiça. A ordem para retirada dos indígenas foi dada no mês passado. A decisão é da juíza Raquel Domingues do Amaral. Conforme o advogado, a Funai (Fundação Nacional do Índio), condenada a pagar multa diária de R$ 100 mil, e o Ministério Público recorreram, mas os recursos foram negados pela magistrada e no TRF 3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região).
No começo de outubro, com o efetivo em greve e devido às eleições, a PF informou que não teria meios para cumprir a decisão. A paralisação dos policiais foi encerrada nesta semana. A ordem de reintegração de posse é válida para as fazendas Terra Preta, Vila Real, Limoeiro, Ressaco, Capim Gordura, Nova Um, Esteio, Santa Márcia I e II, Baía da Bugra e Duas Irmãs.
A invasão de 23 fazendas no Pantanal, denominada pelos índios como retomada, foi deflagrada em maio após o STF (Supremo Tribunal Federal) considerar nulos os títulos de terra localizados em área indígena no sul da Bahia. Conforme os fazendeiros, os kadiwéus estavam armados e expulsaram os funcionários.
Segundo o Cimi (Conselho Indigenista Missionário), os índios estão recuperando áreas invadidas pelos fazendeiros, que acabaram conseguindo título de posse da terra, apesar de ser área indígena. A demarcação da reserva foi em 1981.
A história da terra dos kadiwéus remonta ao Segundo Reinado, quando o imperador Dom Pedro II doou a área como contrapartida pela participação dos indígenas na Guerra do Paraguai. Há 25 anos, tramita no Supremo uma ação em que produtores e índios disputam 160 mil hectares.