Sidrolandia
Igreja Católica cobra ação contra ataques a guaranis
EFE
23 de Setembro de 2010 - 16:36
O Episcopado do Brasil exigiu hoje uma ação urgente do Governo para acabar com os "ataques à mão armada" a duas comunidades de índios guaranis no centro-oeste do país.
Os índios das comunidades guaranis Y'poí e Ita'y Ka'aguyrusu são vítimas constantes de ataques com armas de fogo e são submetidos a uma "brutal intimidação", já que lhes foi privado o direito a circular, assim como seu acesso à água, à comida e a serviços de saúde e escolas, segundo um comunicado.
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) não identificou os supostos agressores, mas a organização Conselho Indigenista Missionário (Cimi), também vinculada à Igreja Católica, informou que as duas comunidades estão cercadas desde agosto por cerca de 80 homens contratados por fazendeiros para atacá-los.
Os supostos agressores tentam expulsar os índios de uma fazenda que eles ocuparam em abril, localizada em Paranhos, no Mato Grosso do Sul, e que reivindicam como uma de suas terras ancestrais, segundo o Cimi.
O Episcopado afirmou que "repudia" as ameaças e a "dramática situação" dos guaranis da região e fez um chamado ao Governo para que ache uma solução "rápida, urgente e eficaz".
Entre as medidas reivindicadas pela Igreja está a delimitação das terras indígenas, para a qual seria necessário expulsar os criadores de gado.
"Tal medida é o caminho para reverter o deplorável quadro de violência naquela região e, assim, garantir a vida deste povo que honra o país com sua cultura e seus costumes", afirmou a nota divulgada pelo Episcopado.
As autoridades eclesiásticas lembraram que os guaranis, que ainda possuem cerca de 60 mil membros, sofrem com a demora da delimitação de terras nesta região.
O comunicado acrescenta que dezenas de famílias vivem há anos em acampamentos improvisados à margem das estradas do Mato Grosso do Sul.
A organização defensora dos direitos dos indígenas Survival International também fez eco deste caso na semana passada.