Sidrolandia
Imposto Territorial Rural vira tábua de salvação dos prefeitos de MS
O governo federal transferiu para a conta das prefeituras R$ 71.634.104,07 referente ao FPM de agosto, contra os R$ 62.821.919,35 previstos para este mês
Assomasul
25 de Setembro de 2014 - 10:27
Os
prefeitos de Mato Grosso do Sul veem o próximo repasse da receita do ITR
(Imposto Territorial Rural), a ser efetuado em outubro, como uma espécie de
tábua de salvação dos municípios devido à grave crise estrutural provocada
pelas constantes quedas do FPM (Fundo de Participação dos Municípios).
O primeiro dos quatros repasses do ITR este ano deve render o equivalente ao
que foi depositado na conta das prefeituras em 2013, em torno de R$ 45 milhões,
dinheiro que será importante para aliviar a situação, principalmente dos
municípios de pequeno porte.
As prefeituras devem fechar o mês de setembro com a receita apertada por causa
da queda de 12,3% no repasse do FPM em relação à transferência de recursos
feita em agosto pelo governo federal.
Pelas previsões da STN (Secretaria do Tesouro Nacional), o repasse total este
mês será de R$ 62,821 milhões para divisão entre os 79 municípios do Estado, já
descontados os 20% para o Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da
Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação).
O governo federal transferiu para a conta das prefeituras R$ 71.634.104,07
referente ao FPM de agosto, contra os R$ 62.821.919,35 previstos para este mês.
A política de isenção fiscal concedida pelo governo a setores da economia, como
à indústria automotiva que, por conta disso, não recolhe o IPI (Imposto sobre
Produtos Industrializados), é vista como a grande vilã dos municípios.
Composto de 22.5% da receita do IPI e do IR (Imposto de Renda), o FPM é
transferido a cada 10 dias do mês para divisão entre as prefeituras, além de 1%
extra no dia 10 de dezembro de cada ano.
ITR
O presidente da Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul),
Douglas Figueiredo (sem partido), disse que a verba do ITR pode ajudar, em
parte, no pagamento inclusive da folha de dezembro e do décimo terceiro salário
dos servidores públicos municipais.
Segundo ele, além do repasse a ser feito agora em outubro, outras três parcelas
devem ser creditadas na conta das prefeituras em novembro, dezembro e janeiro.
Douglas observa que como o dinheiro referente à arrecadação do ITR é de livre
movimentação financeira, ou seja, não é obrigatoriamente necessário investi-lo
em setores específicos da administração pública, os prefeitos podem reforçar o
caixa para esta finalidade.
Ele explicou que, a exemplo de anos anteriores, os prefeitos esperam com grande
expectativa novos repasses nos três meses seguintes para melhor se programar.
Pelos critérios de divisão proporcional entre os municípios, o VTN (Valor da
Terra-Nua) é principal elemento para se realizar o cálculo do ITR, cuja
arrecadação é transferida 100% aos cofres das prefeituras.
O presidente da Assomasul destaca que essa alteração na fórmula de repasse do
ITR garantiu aos municípios brasileiros 100% dos recursos recolhidos, o dobro
do que antes era repassado pela União. Antes as prefeituras só tinham direito
a 50%, lembra.
Segundo ele, esta é uma das principais conquistas dos prefeitos por meio das
marchas a Brasília organizadas anualmente pela CNM (Confederação Nacional de
Municípios).
Em Mato Grosso do Sul, os maiores municípios em área territorial são Corumbá,
Ribas do Rio Pardo, Água Clara e Três Lagoas, o que não significa que alguns
deles sejam os maiores arrecadadores do tributo.