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Sidrolandia

Longen intensifica busca por alternativas para alavancar Programa Fomentar Fronteiras

A Lei da Maquila, por sua vez, é um dos principais fatores competitivos do país, oferecendo incentivos a investimentos e exportações.

Daniel Pedra

29 de Dezembro de 2016 - 13:51

Com inflação estável nos últimos cinco anos, crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) na casa dos 3% e 70% dos habitantes abaixo dos 35 anos de idade, o Paraguai tem se mostrado um exemplo relevante para outras economias e atraído o interesse dos empresários brasileiros, em especial, dos sul-mato-grossenses.

Nesse sentido, em 2014, o Governo do Estado criou o Programa Fomentar Fronteiras para facilitar e fomentar a atividade econômica nos municípios da faixa de fronteira, de forma a dar suporte à expansão de indústrias brasileiras no Paraguai, aumentando assim a competitividade e a convergência de atividades aos referidos municípios.

Para alavancar a utilização do Fomentar Fronteiras pelos empresários sul-mato-grossenses, nos últimos 15 dias, o presidente da Fiems, Sérgio Longen, visitou os municípios paraguaios de Pedro Juan Caballero, Capitán Bado, Salto del Guairá, Ciudad del Este e Hernandarias. “Nessas localidades, encontramos ambientes favoráveis ao setor industrial do Estado e esperamos agora ofertar essas opções para os empresários sul-mato-grossenses ao longo de 2017”, declarou.

Sérgio Longen destaca que o Programa permite aos municípios fronteiriços a atração de empresas e a ampliação da competitividade das indústrias instaladas no Estado. “O Fomentar Fronteiras foi criado para facilitar e fomentar a atividade econômica nessas cidades. Na prática, as empresas podem migrar parte da produção para o país vizinho usando a Lei de Maquila, ou seja, as empresas continuam instaladas em Mato Grosso do Sul, mas produzem com uma pauta fiscal diferenciada no Paraguai”, declarou.

Ele reforça que a indústria passa hoje por dificuldade e, por isso, tem de criar a condição de produzir parte no Paraguai e, nessa condição, trazer esses produtos fabricados em empresas parte paraguaia, parte brasileira, mantendo os incentivos fiscais. “Dessa forma, a indústria de Mato Grosso do Sul fica competitiva e a gente enfrenta a crise econômica, gerando mais empregos nos dois lados da fronteira”, analisou.

Repercussão

O empresário Cláudio Sertão, que está atuando na aproximação das empresas do Estado interessadas no Fomentar Fronteiras com as autoridades das cidades paraguaias, destaca que há vários anos tem buscado a viabilização da integração entre os empresários dos dois lados da fronteira. “Com essas visitas capitaneadas pelo presidente da Fiems, estamos vislumbrando uma luz no fim do túnel para o Programa. Essa aproximação entre os governos do Paraguai e de Mato Grosso do Sul vai estimular o interesse das empresas, possibilitando a geração de mais empregos e o desenvolvimento da região fronteiriça”, afirmou.

Já o diretor de promoção de investimentos da Rede de Investimentos e Exportações do Paraguai (Rediex), Carlos Paredes, garante que a iniciativa da Fiems de alavancar o Programa é de suma importância para o governo do seu país. “O empresário Sérgio Longen é uma figura de destaque no Paraguai, pois tem contribuído na internacionalização do país. Por isso, consideramos de fundamental importância essa parceria, que resultará na geração de mais empregos, novos negócios e a abertura de outros mercados. É uma legítima parceria ganha-ganha, tanto para o Brasil, quanto para o Paraguai”, garantiu.

Ele destaca que hoje o Paraguai tem como principais atrativos a abertura simplificada de empresa, a Lei da Maquilla e os impostos mais baixos. “Desde 2006, o Paraguai conta com um Sistema Unificado para Abertura e Fechamento de Empresas (Suace), que permite ao empreendedor fazer seu cadastro em sete instituições como Ministério da Fazenda, Prefeitura e Previdência Social. Para estrangeiros, o certificado de investidor e a concessão de identidade paraguaia levam apenas cinco dias”, informou.

A Lei da Maquila, por sua vez, é um dos principais fatores competitivos do país, oferecendo incentivos a investimentos e exportações. “Uma empresa brasileira pode enviar matéria-prima ao Paraguai sem pagar imposto de importação, o produto é finalizado no país e segue para o destino final escolhido pela empresa pagando imposto de 1%”, detalhou, completando que outro ponto atrativo no Paraguai é o sistema de impostos simplificado chamado 10-10-10. “Os empresários pagam 10% de imposto de renda pessoa jurídica, mais 10% de IR pessoa física e 10% de IVA, correspondente do ICMS”, disse.

Empresários

O empresário paraguaio Ricardo Galeano, dono do espaço Cidade Industrial Araucaria, localizada em Hernandarias, reforça que o seu país tem muitas facilidades, como menos impostos, mão de obra mais barata e energia abundante à disposição. “A ideia não é competir com as indústrias sul-mato-grossenses, mas com a indústria chinesa. O fato de estarmos mais próximos do Brasil do que a China torna os produtos aqui fabricados bem mais competitivos”, assegurou, destacando que o seu projeto está pronto para receber os empresários do Estado.

Já Domingo Ginard, gerente da empresa de galpões Gical, localizada na Ciudad del Este, lembra que os empresários brasileiros muitas vezes têm uma ideia equivocada sobre o Paraguai. “Por isso, é importante que eles conheçam a estrutura que estamos disponibilizando. Oferecemos toda a instalação e infraestrutura para o empresário que desejar se instalar aqui. O empresário só precisa trazer as máquinas, pois todo o resto nós oferecemos. Estamos prontos para atender em 100% as necessidades dos empresários do Estado”, falou.

O intendente do município paraguaio de Hernandarias, Rubén Rojas, acrescentou que essa integração entre o Brasil e o Paraguai é muito importante para os dois lados. “Primeiro porque mostra que o Paraguai é capaz de competir com a China, depois porque oferece segurança aos empresários brasileiros, além de garantir competitividade aos seus produtos. A cidade de Hernandarias está pronta para receber os investidores brasileiros”, contou.