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Sidrolandia

Morre na Santa Casa adolescente violentado em lava a jato

De acordo com a assessoria de imprensa do hospital, equipe multiprofissional da área vermelha realizou procedimento de reanimação por cerca de 45 minutos, sem sucesso.

Correio do Estado

14 de Fevereiro de 2017 - 15:14

O adolescente de 17 anos violentado há doze dias por patrão e colega de trabalho em lava jato morreu, por volta das 13h30min, na Santa Casa, depois de sofrer choque hipovolêmico - sangramento contínuo na altura do estômago - seguido de parada cardiorrespiratória. 

De acordo com a assessoria de imprensa do hospital, equipe multiprofissional da área vermelha realizou procedimento de reanimação por cerca de 45 minutos, sem sucesso.

PIORA

Depois de apresentar melhora, o estado de saúde do menino se agravou na tarde de ontem, quando ele teve hemorragia interna e começou a tossir sangue. Ele foi levado às pressas para fazer exame de endoscopia emergencial que detectou lesão no esôfago. Ele foi, então, transferido novamente para a área vermelha do pronto socorro e passou por novos exames.

CRIME

Há doze dias, mangueira de ar foi introduzida no ânus do rapaz pelo patrão e colega de trabalho em lava jato na Vila Morumbi. O local chegou a ser incendiado. Já em depoimento à polícia, os agressores alegaram que tudo se tratava de uma “brincadeira” e foram liberados logo em seguida.

Perfurações levaram a retirada do intestino grosso do adolescente, que teve quadro estabilizado cinco dias depois do crime. Era ele quem mantinha a família há um mês com o que ganhava lavando carro, pois a mãe não trabalha e o pai tem câncer.

Campanha na internet, criada pelo publicitário Wilame Morais, busca arrecadar recursos financeiros para a família que sofre mais uma vez com o agravamento do quadro de saúde do adolescente.

LESÃO CORPORAL

Apesar da gravidade dos ferimentos, o delegado Paulo Sérgio Lauretto, da especializada na repressão aos crimes contra a criança e adolescente (Depca), classificou o ato como "brincadeira inconsequente" e registrou o caso como lesão corporal grave, com pena máxima de cinco anos de prisão.

Na ocasião em que os dois se apresentaram à polícia, não foi cogitado pedido de prisão.