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Sidrolandia

MS foi o 4° estado com mais trabalhadores escravos resgatados em 2016

Os números se baseiam em informações de fiscalizações do Ministério Público do Trabalho.

Midiamax

31 de Janeiro de 2017 - 09:53

Mato Grosso do Sul foi o quarto estado brasileiro com mais trabalhadores em condições de trabalho escravo libertados em 2016. De acordo com dados da Divisão de Fiscalização para Erradicação do Trabalho Escravo do Ministério do Trabalho foram 82 pessoas resgatadas no Estado.  

O estado com mais trabalhadores resgatados em situação de escravidão pelos grupos móveis do MPT foram: Minas Gerais (129); Piauí (105); Pará (91); Mato Grosso do Sul (82); Bahia (70). Em Minas Gerais, a produção de café aparece como uma das atividades que mais usam da mão-de-obra escrava.

Dados divulgados pela CPT (Comissão Pastoral da Terra), apontam que em 2016 foram identificados no Brasil 766 trabalhadores em situação análoga à escravidão, dos quais 752 foram libertados. Os números se baseiam em informações de fiscalizações do Ministério Público do Trabalho.

No ano de 2015, que possui dados consolidados pelo Ministério Público do Trabalho, foram 25 trabalhadores em condições de escravidão resgatados e R$ 26 mil em multas.

Bataguassu

Neste ano, no último dia 28, onze trabalhadores em condição de trabalho análogas à escravidão foram retirados de uma fazenda em Bataguassu. Na propriedade, as vítimas relataram ter sido recrutadas depois de receberam proposta de emprego digno e com direitos trabalhistas.

De acordo com o MPT MS, eles recebiam em média R$ 30 por dia, que usavam para a compra de materiais básicos de alimentação e higiene, como papel, barbeador, sabão, todos comercializados pelo contratante.

No local, a equipe composta por integrantes do Ministério Público do Trabalho, Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Superintendência Regional do Trabalho (SRT-MS) encontrou um ambiente degradante, sem energia elétrica, que também abrigava galinhas, porcos, ratos e rações de animais.

Os trabalhadores alimentavam-se de animais silvestres, compartilhavam um vaso sanitário, bebiam água de uma lagoa com indícios de contaminação por esgoto, estavam em situação de vulnerabilidade, além de impedidos de saírem do local.

A Divisão de Fiscalização para Erradicação do Trabalho Escravo realizou uma análise sobre o perfil das vítimas resgatadas, com dados parciais coletados em 2015, a partir da emissão do Seguro Desemprego.

O estudo mostra 74% das vítimas não vivem no município em que nasceram, e que 40% trabalham fora do Estado de origem.