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Sidrolandia

MS perdeu Copa, mas vai fornecer toneladas de produtos à competição

Laticínio de Caracol foi o único selecionado para o evento

Campo Grande News

23 de Fevereiro de 2011 - 18:00

O Laticínio Caracolac, localizado em Caracol, a 283 quilômetros de Campo Grande, região de fronteira com o Paraguai, será o único do País a fornecer leite e seus derivados para hotéis e restaurantes que irão receber as seleções de futebol durante a Copa do Mundo de 2014, que será realizada no Brasil.

A empresa foi a única selecionada para atender toda a demanda, que na previsão inicial, já ultrapassa 400 mil litros em produtos. Detalhe: todo o material é da agricultura familiar, que chega até o laticínio através da Acodecol (Associação Comunitária de Desenvolvimento Artístico e Cultural de Caracol), responsável pela implantação Usina de Beneficiamento do Leite/ Laticínio Caracolac, em 2007, e também pela administração.

Os pequenos agricultores – total de 600 famílias, são associados à entidade, que vende a produção deles para o laticínio. “O produtor consegue ter a garantia de que vai vender o que produz”, diz a vice-presidente da Associação, Liziane Bonfim da Silva.

Ela explica que o processo que inseriu Mato Grosso do Sul na Copa do Mundo começou em outubro do ano passado quando o governo federal, através do Ministério do Desenvolvimento Agrário e do Ministério do Turismo, lançou a chamada pública exclusiva para agricultura familiar para fornecimento de produtos a serem utilizados no evento esportivo de caráter mundial.

Um projeto foi encaminhado ao governo federal e em dezembro do ano passado a Acodecol e o laticínio, que trabalham em conjunto, receberam a primeira boa notícia: o Caracolacac havia sido aprovado. No mês seguinte, a confirmação: a União homologou o laticínio como o único a fornecer produtos lácteos para todos os hotéis e restaurantes que irão receber as comitivas na Copa do Mundo.

“É uma vitória muito grande”, resume Liziane, sobre a qualificação. “A Acodecol existe há 12 anos. Foi fundada com o intuito de transformar Caracol. Há quatro anos o laticínio trabalha só com produtos da agricultura familiar”, afirma a vice-presidente da Associação.

Produtos-O cálculo inicial do governo é que o laticínio terá que fornecer 200 litros de leite, 70 mil litros de iorgute, 100 mil litros de bebida láctea, 50 mil litros de achocolatado e 50 mil quilos de queijo tipo mussarela.

Essas quantidades são apenas para Brasília e Cuiabá. Mas como o fornecimento será para todos os municípios que vão sediar o evento, não está definida a quantidade exata. “Vai aumentar muito, muito”, resume Liziane.

Conforme ela, o preço vendido na chamada pública, que funciona como uma licitação, foi o de mercado: R$ 1,30 o leite; R$ 2 a bebida láctea; R$ 2,50 o achocolatado; R$ 1,50 o quilo da mussarela e R$ 4 o iorgute.

Investimento- Atualmente, a produção da empresa ainda é pequena perto do montante que será produzido daqui a três anos. Só para se ter um exemplo disso, hoje são industrializados cinco mil litros de leite diariamente. Os produtos produzidos lá são vendidos na região. “A Copa é em 2014. A gente tem um tempo para se preparar”, declara Liziane.

Para dar conta do compromisso assumido, o Caracolac já comprou R$ 200 mil em equipamentos, dinheiro conseguido através de emenda do senador Waldemir Moka (PMDB), que na época era deputado federal.

O espaço do laticínio será ampliado, mais pessoas serão treinadas e contratadas e haverá ainda um trabalho de conscientização com os produtores.

A empresa conta também com apoio técnico do Sebrae e do governo do Estado, que irá ajudar na logística de fornecimento do material e na fomentação da bacia leiteira da região.

Depois da Copa- Diante de todo o investimento para a Copa do Mundo, fica a pergunta: e depois? Liziane é rápida ao responder: “Marketing”. “A Copa é o grande marketing”.

Ela explica que o governo federal já mandou produzir rótulos que identificam os produtos como selecionados para o evento e que desde o início desta semana os meios de comunicação da região já têm divulgado a conquista de Caracol.

Por causa disso, o consumo dos produtos Caracolac já aumentou, conforme Liziane, e a expectativa é de que os números mudem todos os dias. “O Brasil inteiro vai conhecer nosso produto. A gente tem convicção de que a nossa produção vai ser consumida”, afirma.

Para ela, a participação na Copa do Mundo vai fazer com que muita gente olhe a marca nas gôndolas dos supermercados e reconheça o alimento. “Mato Grosso do Sul vai conhecer e reconhecer o produto. Ele vai preferir o Caracolac”, comemora.