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Sidrolandia

Músico de 29 anos morre de meningite bacteriana em Campo Grande

No sábado, o quadro de Helton era considerado estável, no entanto ele estava em coma induzido, respirando por aparelhos e com o pulmão muito afetado

Campo Grande News

15 de Julho de 2013 - 01:25

Aos 29 anos as luzes do palco se apagaram para Helton Sambrana Maia. O jovem músico que tinha o trabalho reconhecido em Campo Grande no violão, baixo, teclado e bateria, morreu na madrugada deste domingo, por volta das 2h, na Santa Casa, por meningite bacteriana.

No velório, na Pax Real, na avenida Bandeirantes, familiares e amigos chegavam a todo momento. Irmão gêmeo de Helton, Herlon Maia relatou que os sintomas começaram aparentando ser uma gripe forte, na quinta-feira.

“Ele ficou com febre e mal durante a noite e na sexta ficou deitado o dia todo de repouso. Ele foi ao médico, tomou soro e dormiu em casa. No sábado ele já acordou mal, quando eu cheguei ele estava inconsciente e não me conhecia. Muito agitado e nervoso”, descreveu o irmão.

Helton foi atendido na sexta e também no sábado no posto de saúde do bairro Guanandi. Na segunda vez, ele já chegou com perda de consciência, foi sedado e teve enfisema subcutânea. “Eles colocaram oxigênio e ele saiu da ambulância roxo” comentou Herlon.

A primeira suspeita foi de H1N1, mas o laudo confirmou meningite bacteriana. No sábado, o quadro de Helton era considerado estável, no entanto ele estava em coma induzido, respirando por aparelhos e com o pulmão muito afetado.

“Quando foi 1h da manhã, eles tentaram reanimar ele três vezes, na última ele não voltou e morreu hoje”, disse Herlon. Para a família o choque foi saber a causa da morte. “A gente já ouviu falar, mas nunca viu alguém com essa doença grave”, completou o irmão.

Herlon, que também é músico, fala que o irmão adorava a música. “Ele tocava de tudo um pouco e sempre foi doido por isso”. “Até no dia de folga, ele estava lá no estúdio. Ele não descansava, viveu para tocar”, reforçou a cunhada, Jolmara Maia, 29 anos.

A mãe de Helton, Salete Aparecida Maia, 50 anos, estava desolada. Com lágrimas nos olhos ela recebia o abraço de cada um dos amigos. “A gente achou que não era nada grave. O que ficou foi a lembrança dos bons momentos. Ele era meu amigo, meu companheiro, um bom filho”, disse.

Entre amigos, colegas de escola e músicos que dividiram o palco com Helton, que há dois anos trabalhava na casa noturna de Sertanejo, Valley. “Ninguém esperava que fosse acontecer isso com ele. Um cara quieto, receptível, era o que mais entendia todo mundo”, comentou o cantor da dupla Hugo e Raul, Hugo Meza, de 24 anos.

Em 13 anos de amizade, a professora Jamile Lima, 25 anos, recebeu a notícia de que ele estava em estado grave ainda na tarde de sábado. Ela ficou junto da família na Santa Casa. “A esperança era que fosse um resfriado forte, alguma coisa assim. Até na última parada a gente tinha certeza de que ia abrir a porta e o médico ia dizer que ele ficaria bem”, recorda.

Os dois se conheceram pela música. Helton tocou na formatura de 8ª série de Jamile. “Realmente era a vida dele. Ele vivia para a música, para os amigos e para a família”, completou.

Amiga por conta das filhas e da sobrinha, Heloísa Pitzschk, 51 anos, fala que ainda não caiu a ficha, mas já é uma saudade muito grande. “Eu já perdi um filho e a dor é a mesma coisa. É uma segunda vez. Ele era uma pessoa muito iluminada, sempre foi”.

O enterro está programado para 8h30 desta segunda-feira, no cemitério Memorial Park, na avenida Senador Filinto Muller.