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Sidrolandia

Nível de escolaridade dos pais influencia rendimento dos filhos

Dado é de complemento da Pnad de 2014, do IBGE. Presença da mãe em casa contribui para maior nível de escolarização.

G1

16 de Novembro de 2016 - 10:21

O nível de escolarização dos pais influencia na formação profissional e nos rendimentos dos filhos. É o que apontam os dados suplementares da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2014 divulgada nesta quarta-feira (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O levantamento considerou diversos indicadores relacionados ao grau de instrução, formação profissional e renda dos pais para analisar a mobilidade sócio-ocupacional dos filhos. “A estrutura familiar parece ter uma importância muito grande em relação tanto ao nível de instrução dos filhos quanto aos índices de alfabetização”, disse a gerente da pesquisa, Flávia Vinhaes.

O levantamento abrange entrevistas realizadas em 2014 com 58 mil pessoas de 16 anos ou mais. Foram consideradas as posicionais sócio-ocupacionais dos pais e mães quando os entrevistados tinham 15 anos de idade.

De acordo com a pesquisa, o rendimento dos filhos está associado ao grau de escolaridade dos pais. Em 2014, a média de rendimentos do trabalho de pessoas com nível superior completo cujas mães não tinham instrução era de R$ 3.078, chegando a R$ 5.826 para aquelas com mães com ensino superior completo.

Já em relação ao pai, o rendimento médio do trabalho de pessoas com nível superior era de R$ 2.603 quando o pai não tinha instrução, chegando a R$ 6.739, no caso de pessoa cujo pai tinha nível superior.

Para pessoas com ensino médio completo, o rendimento médio variava de R$ 1.431, quando a mãe não tinha instrução, a R$ 2.209, para aquelas cuja mãe tinha nível superior; e de R$ 1.367, para aquelas cujo pai não tinha instrução, a R$ 2.884,00 no caso de o pai ter nível superior.

A pesquisa mostrou também que a presença do pai ou da mãe no ambiente doméstico influencia diretamente na escolaridade dos filhos. “O fato dos filhos morarem com a mãe ou com o pai e a mãe teve uma forte influência no índice de formação”, afirmou Flávia Vinhaes.

Segundo a pesquisa, o índice de alfabetização foi menor entre aquelas pessoas que não moravam com a mãe. A taxa de alfabetização daqueles que moravam com a mãe quando tinham 15 anos de idade chegou a 92,2%, enquanto entre aqueles que não moraram com a mãe na mesma idade foi de 88,1%.

Em relação ao grau de instrução, a pesquisa mostrou que foi maior a taxa dos filhos se instrução que moravam somente com o pai aos 15 anos de idade (16,2%). Os menores percentuais das pessoas sem instrução foi observado entre aqueles que moravam com ambos os pais ou somente com a mãe (10,8% e 10,3%, respectivamente.

Ainda segundo a pesquisa, mais da metade dos filhos (51,4%) tiveram ascensão sócio-ocupacional em relação à mãe, enquanto 47,4% tiveram ascensão em relação ao pai.

Segundo a gerente da pesquisa, Flávia Vinhaes, não há pesquisa anterior para se poder comparar os dados. Ela destacou, no entanto, ser possível afirmar que a ascensão a ascensão tanto no nível de escolaridade quanto de renda está relacionada com a estrutura doméstica.

“Não é só com a estrutura ocupacional ou nível de instrução dos pais, mas com o ambiente doméstico, com os estímulos que os filhos recebem. Não é só uma dependência de renda, não é o capital econômico só que influencia econômico social cultural pessoal. Uma criança que recebe atendimento dos pais, um”.

Questionada sobre por quê filhos que moraram só com a mãe tiveram maior ascensão quanto ao nível de instrução, Flávia Vinhaes esclareceu que a pesquisa não tem base de apoio para fazer esta análise. Todavia, ela sugeriu que os cuidados maternos podem ter maior peso na formação sócio-cultural dos filhos que os paternos.

“Uma criança que recebe atendimento dos pais, que é estimulada pelos pais através de um ambiente familiar que propicie isso, que gere algum desenvolvimento cognitivo, ela vai ter uma posição no mercado de trabalho e uma posição social melhor do que uma criança que não teve esses estímulos, esses cuidados. Eu imagino que seja por isso que a importância [da presença da mãe] é tão fundamental”, ponderou.