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Sidrolandia

Nova Andradina: CPI constata que população sofre com falta de hemodiálise

Ainda de acordo com Sílvio Carlos Sinhorini, a atual gestão sofre também com problemas relacionados aos médicos que não cumprem a carga horária.

Assessoria

28 de Agosto de 2013 - 07:10

Os principais problemas constatados pelos deputados estaduais durante reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito da Assembleia Legislativa, nesta terça-feira (27), em Nova Andradina, são a ausência de um setor especializado de hemodiálise e o alto custo gasto pelo município com viagens para levar pacientes para outras localidades. As dificuldades foram apontadas pelo Secretário Municipal de Saúde, Sílvio Carlos Sinhorini, durante seu depoimento à CPI da Saúde em MS.

Segundo ele, hoje o município tem em média seis pacientes de hemodiálise que precisam ser receber atendimento médico fora de Nova Andradina. “Essas pessoas são levadas toda a semana para fazer hemodiálise em Ponta Porã e Dourados e para isso temos que disponibilizar um carro exclusivo para esse serviço. Esses pacientes estão com a saúde fragilizada e precisam sempre de um acompanhante. Além disso, todo o domingo um ônibus sai de Nova Andradina com destino a Barretos levando pacientes para tratamento do câncer”, disse.

Ainda de acordo com Sílvio Carlos Sinhorini, a atual gestão sofre também com problemas relacionados aos médicos que não cumprem a carga horária. “Há uma falta de comprometimento de alguns profissionais. Toda a cidade sofre hoje com a escassez de médicos e a maior prejudicada é a população”, finalizou.

Em seguida os deputados ouviram o ex-secretário municipal de saúde, José Carlos Paiva Souza, o qual destacou que os investimentos no setor em Mato Grosso do Sul ficam concentrados apenas nos grandes centros. “A maior parte do dinheiro é destinada à Campo Grande, Dourados e Corumbá e os pequenos municípios acabam sendo prejudicados com essa distribuição. As cidades que arcam com a grande parte das despesas, que se concentram muitas das vezes em ações judiciais e com transporte de passageiros para outras localidades”, ressaltou.

Em seu depoimento José Carlos Paiva Souza disse aos parlamentares que quando foi secretário municipal tentou implantar um centro de oftalmologia no Hospital Regional de Nova Andradina, mas não teve apoio da Secretaria Estadual de Saúde. “Na época não houve interesse do Estado e tivemos que continuar encaminhando pacientes para o Hospital São Julião, em Campo Grande”, esclareceu.

Os parlamentares ouviram logo após o diretor-geral do Hospital Regional de Nova Andradina, Fábio José Judacewsk, que foi elogiado pelos deputados pela gestão que vem realizando à frente da unidade hospitalar. Ele esclareceu que está no cargo desde o início deste ano e que hoje o déficit do hospital é de R$ 400 mil.

“Quando assumi encontrei algumas dificuldades, entre elas a falta de diálogo com fornecedores. Conseguimos negociar as dívidas, manter e inclusive ampliar os serviços, além de garantir reajuste salarial para os médicos e o plano de cargos e carreiras para os funcionários do hospital”, falou.

Também foi ouvido pelos deputados estaduais o ex-gestor do Hospital Regional de Nova Andradina, Norberto Fabri Junior, que destacou quais seriam algumas saídas para melhorar a saúde de Mato Grosso do Sul. “A CPI precisa apresentar alguma alternativa para determinar que os médicos cumpram sua carga horária e outra para obrigar o Governo do Estado a melhorar a forma da distribuição do financiamento da saúde”, esclareceu.

Por fim, foi ouvido o Presidente do Conselho Municipal de Saúde, Clodoaldo Barthiman, o qual garantiu que praticamente todas das reivindicações feitas pela entidade são atendidas pela Prefeitura Municipal.

De acordo com o deputado estadual, Amarildo Cruz, presidente da CPI da Saúde em MS, em Nova Andradina foi possível constatar que o Hospital Regional é um exemplo de ótima estrutura física e de qualidade no atendimento médico. “Durante a diligência constatamos a ótima situação dessa unidade hospitalar, que inclusive serve de exemplo para outras localidades. O grande problema é a falta de aparelhos de hemodiálise, que obriga o transporte de moradores da cidade para buscar ajuda médica em outras localidades. As circunstâncias aqui encontradas farão parte de um capítulo do nosso relatório da CPI da Saúde em MS”, finalizou.

Segundo a deputada estadual Dione Hashioka, a reunião da CPI no município foi extremamente importante para expor o atendimento existente e as sugestões para melhoria na saúde daquela localidade. Já para o deputado estadual Lauro Davi, Nova Andradina é uma regional que se apresenta mais organizada em gestão e na aplicação dos recursos da saúde.

 Visita

Na manhã de hoje os deputados Amarildo Cruz (PT) e Dione Hashioka (PSDB) estiveram no Hospital Regional de Nova Andradina. O local tem capacidade para 100 leitos, mas até o momento apenas 67 estão funcionando. Outros 12 devem ser inaugurados nos próximos dias.

Pelo menos 300 pessoas são atendidas por dia no Hospital Regional de Nova Andradina, que hoje conta com 196 profissionais, sendo 36 deles médicos das áreas de ortopedia, clínico-geral, pediatria e cirurgião-geral, entre outras. A unidade hospitalar recebe pacientes de Nova Andradina e mais seis cidades do Vale do Ivinhema.