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Sidrolandia

ONU destaca compras públicas de alimentos produzidos pela agricultura familiar

O Pnae estabelece que pelo menos 30% do orçamento da alimentação escolar devem ser destinados a compras de agricultores familiares.

Agência Brasil

17 de Outubro de 2013 - 10:49

Apresentado pela passagem do Dia Mundial da Alimentação, que se comemora na quarta-feira, o documento analisa especialmente o PAA (Programas de Aquisição de Alimentos) e o Pnae (Programa Nacional de Alimentação Escolar).

A publicação, denominada Demanda Estruturada e Agricultores Familiares no Brasil: o Caso do PAA e do Pnae, foi elaborada pelo PMA (Programa Mundial de Alimentos) e pelo Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), com dados gerais sobre os dois programas de compras institucionais de alimentos no Brasil: o PAA, para atendimento a programas sociais em geral, e o Pnae, dirigido especificamente para creches e escolas públicas da educação infantil ao ensino médio.

O PMA e Pnud, que compram dos produtores rurais cadastrados no Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), têm potencial para aquisições diretas, por estados e municípios, no valor de R$ 2 bilhões por ano, com grande impacto sobre a produção e a renda dos pequenos agricultores, além de movimentar a economia regional.

O Pnae estabelece que pelo menos 30% do orçamento da alimentação escolar devem ser destinados a compras de agricultores familiares.

Isso, de certa forma já ocorria, devido à facilidade de aquisições locais. Tanto que, em 2010, primeiro ano da efetiva implementação do programa, 48% das entidades vinculadas ao Pnae compravam alimentos aos pequenos agricultores, índice que cresceu para 67% no ano passado.

Segundo o relatório da ONU, o PAA e o Pnae, combinados, constituem uma das maiores iniciativas de compra institucional de alimentos do mundo.

Além de garantir renda para os agricultores, esses programas funcionam como redes de proteção social que melhoram a segurança alimentar e nutricional e garantem o acesso a alimentos saudáveis por grupos sociais vulneráveis, como crianças em idade escolar.

"A experiência brasileira tem sido tão bem sucedida que serve de exemplo para outros países em desenvolvimento, interessados em estabelecer programas similares, especialmente de alimentação escolar. Apesar de todo esse interesse, faltam pesquisas que analisem os impactos e comprovem a eficácia desses programas", disse Daniel Balaban, diretor do Centro de Excelência contra a Fome, estrutura do PMA.

A publicação lançada hoje é a primeira avaliação sobre o impacto da alimentação escolar e outras modalidades de compras institucionais sobre os fornecedores, de acordo com o representante do Pnud no Brasil, Jorge Chediek, para quem os programas brasileiros são "exemplo de como tornar a luta contra a fome mais eficaz".