Sidrolandia
Oposição pedirá intervenção para afastar presidente da OAB-MS
Durante 24 horas, foi aberto o processo de contratação de escritório com notória especialização para elevar o índice de ICMS para 2014.
Correio do Estado
05 de Outubro de 2013 - 09:45
O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) será acionado para afastar o presidente da Seccional em Mato Grosso do Sul, Júlio César Souza Rodrigues, do cargo devido ao relacionamento contratual milionário com a Prefeitura de Campo Grande, como informa reportagem publicada neste sábado no jornal Correio do Estado.
A reportagem mostra que, ao tomarem conhecimento do contrato firmado pelo presidente da Ordem e prefeitura, 15 advogados da oposição decidiram ser necessária a intervenção federal pelo comprometimento ético-moral de Júlio, na participação de julgamento de processo contra Bernal no âmbito da instituição, pela apropriação indébita de mais de R$ 150 mil corrigidos.
No dia 31 de julho, a prefeitura fechou contrato com o presidente da OAB-MS em tempo recorde. Durante 24 horas, foi aberto o processo de contratação de escritório com notória especialização para elevar o índice de ICMS para 2014.
Contudo, não foi o contrato milionário, sem licitação e em tempo recorde que alarmou os 15 advogados. De acordo com o advogado Alexandre Bastos, é inadmissível o presidente da OAB firmar contrato com a prefeitura, quando a própria instituição foi provocada para processar o prefeito Alcides Bernal (PP), na condição de advogado, pela apropriação indébita de mais de R$ 150 mil de indenização da catadora de lixo, Dilá Dirce de Souza.
Juntos, todos os advogados formularam o manifesto das oposições recheado de observações da ética profissional dos advogados. No comunicado, eles destacaram a necessidade do presidente da Seccional da OAB fazer sacrifícios pessoais e econômicos em prol da ética e da lisura da instituição. Para os advogados, o fato do presidente da Ordem dos Advogados advogar para um município cujo próprio prefeito que é advogado e está sendo processado no âmbito da entidade, em caso com repercussão nacional, pode não ser ilegal, mas é moral e eticamente reprovável.
A matéria é assinada por Tavane Ferraresi.