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Sidrolandia

Pais serão responsabilizados por atos de vandalismo praticado por alunos

Segundo Azambuja, o objetivo da campanha será fortalecer o convívio entre o aluno e a família em um primeiro momento.

Campo Grande News

03 de Julho de 2015 - 15:45

Os pais serão responsabilizados pelos atos de vandalismo praticados pelos estudantes fora da escola nos horários de aula. Os menores flagrados pelas forças de segurança só serão encaminhados à delegacia caso os responsáveis se recusem a ajudar as autoridades.

Os detalhes das ações que serão tomadas pela Guarda Municipal, Ministério Público e Polícia Militar, que visam coibir vandalismo praticado por estudantes em terminais de ônibus e locais públicos deverão ser definidos em uma nova reunião, agendada para a próxima sexta-feira (10). No encontro de hoje, participaram o secretário municipal de Segurança Pública, Valério Azambuja, representantes da GM e PM, empresários e o promotor da Infância, Adolescência e Juventude, Sérgio Harfouche.

Era esperado a definição de um acordo, porém, o secretário Valério Azambuja disse que foi verificada a necessidade de ampliação de entidades e órgãos para participar do processo, como a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, a Deaij (Delegacia da Infância e Juventude) e Juizado da Infância, além de outros segmentos da sociedade. 

Apesar de não decidirem as ações que serão de competência de cada órgão, tanto o Harfouche quanto o secretário Valério Azambuja consideraram positivas as questões levantadas durante o encontro. Segundo Azambuja, o objetivo da campanha será fortalecer o convívio entre o aluno e a família em um primeiro momento.

"Os pais precisam participar mais da vida dos filhos e entender que as ações que vierem a ser tomadas serão para a própria segurança dos filhos", ressaltou. O promotor Sérgio Harfouche também ressaltou a necessidade do fortalecimento da autoridade familiar, no entanto afirmou que, caso os pais ou responsáveis pelo estudante que tenha cometido alguma infração se recusem a ajudar as autoridades na solução do problema, o conflito será resolvido na delegacia.

"Vamos dar a oportunidade para que essas questões sejam resolvidas na escola e com os familiares. No entanto, o aluno que cometer algum ato de vandalismo ou infração, terá que arcar com a responsabilidade. A diferença é que ele não será levado para a delegacia", explicou.

Para Harfouche, as ações visam chamar os pais sobre a responsabilidade que tem com os filhos. "Vai acabar essa história de pai dizer que não tem controle sobre o filho, que ele não obedece. O pai também poderá ser responsabilizado pelos atos da criança ou do jovem", afirmou.

A decisão de criar uma parceria entre as polícias e órgãos públicos, além de representantes da sociedade civil surgiu com a verificação do aumento dos atos de vandalismo praticados por estudantes durante o trajeto que fazem até a escola.

Alguns, inclusive, não retornam para casa quando saem da escola. De acordo com dados apresentados pro Harfouche, o índice de evasão escolar na Capital chega a 30%. "Isso ocorre devido a vários fatores, que vão desde as deficiências de ensino até a falta de respeito pela autoridade escolar", diz.

A campanha também pretende coibir a aglomeração dos estudantes em terminais de ônibus, tanto os que tiverem em horário escolar quanto os que já encerraram o período de estudos, além de alertar para o uso de drogas. A primeira parte campanha deve começar a ser deflagrada em 50 dias, tendo como ação a orientação dos alunos em terminais, no entorno das escolas, praças e locais públicos de lazer. 

“Quando o aluno está fora da sala de aula, no período que deveria estar no ambiente escolar, as consequências são sempre negativas. Temos que mostrar para estes jovens quais são as consequências para suas ações”, destacou o secretário Valério Azambuja.

A Guarda Municipal vai intensificar as rondas escolares, após o período de orientação, no horário de entrada e saída das escolas, evitando a presença e pessoas suspeitas nos arredores. Os comerciantes da região também serão orientados, para que não vendam matérias que possam ser utilizados para depredação.