Sidrolandia
País terá fábrica nacional de carros elétricos em 2014, afirma Eike Batista
A planta será construída ao lado do Super Porto do Açu, em São João da Barra, no norte fluminense, a um custo inicial de US$ 1 bilhão
Agência Brasil
16 de Setembro de 2010 - 09:27
O país terá uma frota de veículos elétricos nacionais circulando pelas ruas em 2014. O anúncio foi feito ontem (15) pelo empresário Eike Batista.
A planta será construída ao lado do Super Porto do Açu, em São João da Barra, no norte fluminense, a um custo inicial de US$ 1 bilhão.
Eike afirmou que vai buscar financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e ressaltou que a composição acionária da nova empresa será majoritariamente brasileira.
A produção inicial será de 100 mil veículos, totalmente movidos por baterias elétricas, com tecnologia japonesa e europeia. Eike estimou que, há espaço no mercado brasileiro para uma nova fábrica de veículos.
A gente está enxergando que, nos próximos dez anos, o Brasil vai consumir 8 milhões de automóveis por ano.
Então, tem espaço para gente nova, tem espaço para a indústria nacional, até pelo carinho que o brasileiro teria em comprar um carro bem feito.
Vai ser uma empresa nacional, com know-how estrangeiro, disse Eike, durante a Exposição Rio Oil & Gas, que reúne as principais empresas de petróleo e gás do mundo.
O presidente da EBX, considerado o oitavo homem mais rico do mundo, frisou que os carros elétricos representam uma tendência definitiva.
Segundo ele, as baterias serão de tecnologia japonesa e o restante do veículo para cinco passageiros e autonomia de 160 quilômetros terá concepção e design europeu e brasileiro.
O negócio do carro elétrico é irreversível. A pessoa que gasta R$ 200 por mês em combustível, num carro elétrico, botando ele na tomada à noite, vai gastar menos que R$ 20.
O problema hoje ainda é que o custo inicial da compra do carro está caro, mas o preço das baterias está despencando. Tem uma revolução acontecendo nessa área.
Entre as facilidades do complexo de Açu para abrigar o projeto, Eike citou a sinergia entre o complexo portuário que está sendo construído, pela empresa LLX, de sua propriedade, duas siderúrgicas, de capital estrangeiro, e uma usina termelétrica, além da existência de estradas de ferro e rodovias para escoamento da produção.
Só pela logística do Açu, a gente ganha US$ 200 por automóvel, o que é muito dinheiro.
Os incentivos naturais estão na eficiência da logística. Vão atracar no Porto do Açu os maiores navios contêineiros, a um custo imbatível.
Em qualquer país do mundo, você tem que pensar que o mix de algo montado no país possa ser até 50% vindo de fora.
Se você agrega os outros 50% de indústria nacional, mais mão-de-obra, você acaba tendo 70% do coeficiente do país. É isso que a gente quer.
A indústria brasileira de autopeças, assim que a gente passa de 20 mil unidades [de veículos], ela se instala em volta.
Eike não disse quantos empregos terá, mas informou que cada vaga gerada em uma montadora gera 15 empregos nas empresas da cadeia.
O empresário espera entrar com projeto de financiamento no BNDES dentro de 12 meses e que o banco terá interesse em apoiar a iniciativa.
O empresário afirmou que este será o primeiro carro brasileiro, depois da experiência do empresário João Augusto Gurgel, nos anos 70 e 80, que chegou a produzir 43 mil veículos 100% nacionais.
Este é o meu conceito. Perguntado onde Gurgel havia falhado, Eike respondeu: O Gurgel quis conceber um carro do zero.
Na época ele usava motor Volkswagen. Aí ele foi desenvolver um motor próprio, uma caixa de mudança própria e entrou em uma seara complicada.
Eike ressaltou que o veículo elétrico também deverá receber incentivos por conta de questões ambientais, pois não polui e praticamente não produz ruído.
Ainda sem nome determinado, ele sugeriu que a fábrica poderia se chamar FBX, de Fábrica Brasileira de Automóveis, mais a letra X, que aparece em todas suas empresas.