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Sidrolandia

Para cobrar decisão judicial, produtores distribuem nota de repudio a Polícia Federal na MS-060

Ontem a Federação de Agricultura e Pecuária de MS emitiu nota questionando a atuação da Polícia Federal nas invasões de propriedades ocorridas nesta semana em Sidrolândia (MS).

Flávio Paes/ Região News

20 de Maio de 2013 - 10:46

Foto: Marcos Tomé/Região News

Para cobrar decisão judicial, produtores distribuem nota de repudio a Polícia Federal na MS-060

Ricardo Bacha, dono da fazenda invadida Buriti em Sidrolândia durante protesto

Para cobrar o cumprimento da decisão judicial, que determinou a reintegração de posse das fazendas Buriti e Cambará, ocupadas por índios terenas, produtores rurais iniciam uma manifestação, bloqueando a MS-060, na altura do Auto Posto Global, saída para o município de Maracaju. Dezenas de produtores dos municípios de Maracaju, Rio Brilhante, Bela Vista, Dois irmãos do Buriti e Sidrolândia estão na rodovia entregando nota de repúdio aos condutores que trafegam pela rodovia.

Segundo os produtores, o objetivo é mobilizar os proprietários de terras e definir ações para protestar contra a ocupação dos índios nas fazendas da região. Eles afirmam não ter informação se a Polícia Federal está na cidade para fazer cumprir a reintegração de posse, expedida pelo juiz da 1ª Vara Federal de Campo Grande, Renato Toniasso, na última quinta-feira (16).

Administradora da Fazenda Nossa Senhora Aparecida, Celina Ferreira, revela que uma área da propriedade está ocupada pelos índios desde 2002. Na quinta-feira, segundo ela, nova invasão ocorreu no local. “Mesmo tendo a legitimidade da terra, inclusive em várias instâncias, a reintegração é muito demorada por parte da Justiça. Por passar pelo mesmo problema estamos aqui solidários a Ricardo Bacha”, diz.

O proprietário da Fazenda Cachoeira, em Maracaju, conta que já perdeu mais de 25 hectares para os indígenas. Segundo ele, há mais de dez anos passa por problemas de conflito de terra. “Ganhamos dois processos na Justiça, mas recentemente os índios ganharam a causa em terceira instância. O governo se recusa a indenizar”, reclama.

O produtor critica que na época em que a propriedade estava sob seu domínio eles plantavam soja, milho, e agora os índios plantam muito pouco. “Só colocam fogo e acabam com as reservas”, afirma.

Ontem a Federação de Agricultura e Pecuária de MS emitiu nota questionando a atuação da Polícia Federal nas invasões de propriedades ocorridas nesta semana em Sidrolândia (MS).  Depois de deferida a reintegração de posse, a Polícia Federal concedeu aos indígenas 48 horas para o cumprimento da decisão judicial.

Ao final do tempo concedido, os indígenas ignoraram a decisão da 1ª Vara Federal de Campo Grande e a presença da própria PF e invadiram a sede da propriedade neste sábado (18), onde até então estavam o proprietários. Diante da decisão dos mesmos de não abandonar a propriedade e sob a justificativa de proteção, a PF deu voz de prisão ao ex-deputado e à sua família, retirando-os do local.

Para o presidente da Famasul, Eduardo Riedel, o sentimento é de uma completa e injustificada inversão de princípios na atuação da Polícia Federal. “Nós estamos falando de uma decisão judicial, até porque os produtores estão agindo dentro da lei. E o que vemos é a ilegalidade predominando, com a Polícia Federal retirando os proprietários e mantendo os invasores”, ressalta.