Logomarca

Um jornal a serviço do MS. Desde 2007 | Quinta, 25 de Abril de 2024

Sidrolandia

Pelo quarto dia, MST bloqueia passagem na rodovia em Itaquiraí

Os lotes recuperados serão destinados à reforma agrária. Atualmente existem 25 mil famílias aguardando na fila de espera.

Sul News

26 de Agosto de 2013 - 13:31

Se declarando contra o despejo das 39 famílias do assentamento Santo Antônio, no município de Itaquiraí, as lideranças do Movimento dos Sem-Terra (MST) decidiram fazer hoje o bloqueio de passagem de veículos na entrada do assentamento, na rodovia MS-487, desde 6h.

Este é o quarto dia de manifestação (aconteceu também entre quinta-feira e sábado) no trecho que liga a BR-163 ao complexo de quatro pontes da passagem sobre o rio Paraná, na divisa Naviraí (MS) - Icaraíma (PR).

Os assentados ficaram ainda mais revoltados ao saberem que ontem a Justiça Federal de Naviraí concedeu a reintegração ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) para haver o despejo em mais doze lotes. Desta nova remessa, seis são do assentamento Lua Branca, na margem da rodovia BR-163. A ação de retomada dos lotes deve prosseguir nesta semana.

Os manifestantes do MST querem a presença do ouvidor agrário nacional imediatamente para identificar o que eles chamam de injustiça e as ações que segundo os líderes do movimento social, são regidas por "arbitrariedades que estão sendo cometidas pelo INCRA".

AÇÃO DO INCRA

A ação de reintegração de posse dos lotes para reforma agrária começou no assentamento Santo Antônio, em Itaquiraí, na quarta-feira. Na localidade, cerca de 200 lotes teriam sido vendidos.

O assentamento foi criado em 2007 e conta com 1,3 mil lotes. Segundo o superintendente do Instituto Nacional de Colonização do Incra em Mato Grosso do Sul, Celso Cestari, já foram retiradas 12 famílias.

Em entrevista ao BOM DIA MS desta quinta-feira, Cestari reconheceu a omissão do Incra, que nos últimos anos deixou de fiscalizar a distribuição de lotes, mas disse esperar que a iniciativa possa restabelecer a ação do poder público e aplicar corretamente o programa de reforma agrária no estado. “O que preocupa o Incra é um grupo pequeno de pessoas se apoderar de um bem público e fazer um verdadeiro comércio. Essas pessoas se intitularam donas de um bem público e estabeleceram uma verdadeira imobiliária”, disse o superintendente.

Cerca de 1,2 mil famílias foram notificadas para desocupar áreas em assentamentos rurais em Mato Grosso do Sul. Esses assentados teriam comprado lotes de maneira irregular. Desde a última quarta-feira (21), a Polícia Militar e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) começaram a cumprir as ordens de desocupação expedidas pela Justiça Federal.

Os lotes recuperados serão destinados à reforma agrária. Atualmente existem 25 mil famílias aguardando na fila de espera.