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Portaria de delegado em Amambai trava trabalho da PM em MS, diz associação
O comandante geral da PM, coronel Carlos Alberto David dos Santos, também recebeu o ofício e afirmou que tomará as medidas necessárias e cabíveis para manter a agilidade dos trabalhos.
Campo Grande News
11 de Setembro de 2013 - 13:45
A publicação de uma portaria do delegado Marcius Geraldo Cordeiro, titular da Delegacia de Polícia de Amambai, tem causado polêmica e travado o trabalho da Polícia Militar na região da fronteira entre Mato Grosso do Sul e Paraguai. A denúncia é da ACS (Associação de Cabos e soldados da Praças da Polícia Militar e Bombeiro Militar de Mato Grosso do Sul).
A portaria determina que, em caso da impossibilidade da apresentação do documento, deverá a equipe apresentante consignar tal fato em sua ocorrência, explicitando o motivo. Ainda, nas ocorrências em que haja alusão ao emprego da força moderada à contenção do preso, torna-se obrigatória a apresentação.
O documento, teria sido editado em consenso com o comandante da 3ª Companhia Independente de Polícia Militar, major Wilson Cesar Velasques, normatiza que todos os presos só podem ser entregues na delegacia após a PM (ou outras forças de segurança) apresentar um laudo de exame de corpo de delito.
Ainda avisa que quem desobedecer as medidas estará sujeito à providências administrativas e criminais.
De acordo com a assessoria da ACS, o delegado justifica a portaria, alegando que a entrega de presos no estabelecimento penal da cidade só pode ser feita mediante apresentação do Laudo de Sanidade Física, por determinação da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) e da Covep (Coordenadoria das Varas de Execução Penal).
A medida não foi bem aceita pelos policiais da região, que denunciaram o caso a ACS. O presidente da entidade, Edmar Soares da Silva, já solicitou ao secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Wantuir Jacini, por meio de ofício, a revogação da medida.
Essa portaria tem o objetivo de procrastinar o serviço público de segurança. Se já não bastasse a precariedade das unidades de saúde, o delegado resolve tumultuar o atendimento médico na região, criticou. Um deslocamento com um conduzido e posterior encaminhamento até a delegacia, sem necessidade alguma, acarreta um atraso de até três horas e pode inviabilizar o atendimento de outras ocorrências, continuou.
Edmar solicita ainda que o fato seja comunicado ao diretor geral de Polícia Civil, Jorge Razanaukas, para que ele não permita que seus subalternos legislem em contrário às necessidades da segurança pública deste Estado. É preciso a revogação imediata desta portaria, mantendo a adoção das medidas administrativas já existentes, defendeu.
O comandante geral da PM, coronel Carlos Alberto David dos Santos, também recebeu o ofício e afirmou que tomará as medidas necessárias e cabíveis para manter a agilidade dos trabalhos.