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Sidrolandia

Prefeitos afastados quase sempre retornam a seus cargos em MS

O principal motivo, conforme a Confederação, foi a cassação de mandato (65,6%), o equivalente a 84 dos 128 casos registrados.

Willams Araújo

15 de Abril de 2011 - 16:35

A exceção de Ari Artuzi (sem partido),  que renunciou ao cargo para impedir sua cassação pela Câmara de Vereadores Dourados,  a maioria dos prefeitos afastados por decisão judicial quase sempre retoma às suas funções após o período em que é investigado.

Afastado na quinta-feira por decisão do juiz José de Andrade Neto sob acusação de improbidade administrativa à frente da prefeitura de Aquidauana, o prefeito Fauzi Suleiman (PMDB) garante recorrer da decisão.

Fauzi argumenta que desde que assumiu o cargo tem sido alvo de uma intensa campanha difamatória promovida pelo vereador Wezer Lucarelli (PPS), ex-procurador jurídico, ex-secretário de saúde e ex-secretário de finanças das gestões Felipe Orro (PDT), hoje deputado estadual e Raul Freixes.

Segundo ele, “o medo de não voltarem mais para a Prefeitura os tem levado a uma escalada de ódio, de violação da ética e crimes”.

Na semana passada, Orro usou a tribuna da Assembleia Legislativa para “pedir a cabeça” de Fauzi, o que ocorreu agora depois de uma série de denúncias.

Dados da CNM (Confederação Nacional dos Municípios),  apontam que Mato Grosso do Sul é o décimo segundo estado brasileiro no ranking dos municípios que tiveram prefeitos eleitos em 2008 e que tomaram posse em 2009, afastados do cargo.

Segundo informações divulgadas pela CNM, dos 5.562 municípios brasileiros, 126 tiveram troca de prefeito até fevereiro deste ano.

O principal motivo, conforme a Confederação,  foi a cassação de mandato (65,6%), o equivalente a 84 dos 128 casos registrados.

As cassações por infração à legislação eleitoral correspondem a 36,9% dos casos, e os atos por improbidade administrativa, a 38,1%.

Em Dourados,  Artuzi protagonizou uma das piores crises políticas do Estado, chegando a ser preso em setembro do ano passado e passou cerca de 90 dias em regime fechado sob acusação de desvio de verba pública e outras improbidades administrativas. Hoje a cidade é comandada por Murilo Zauith (DEM), eleito este ano  em eleições suplementares.

Em Jaraguari, o prefeito Albertino Nunes Ferreira (PSDB), o Japino, teve a interdição decretada pela justiça depois de passar por um quadro de AVC (Acidente Vascular Cerebral), mas retornou ao cargo.

Em 2009, o prefeito de Japorã, Rubens Freire Marinho (PT), popularmente conhecido por Rubão, foi afastado do cargo sob acusação de causar prejuízo de R$ 905 mil aos cofres do município.

Também em 2009, o TRE (Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul) cassou o mandato do prefeito de Coronel Sapucaia, Rudi Paetzold (PMDB), por motivo de reprovações das contas de sua campanha, retornando às suas atividades após recorrer da decisão.

O mesmo prefeito já teve o mandato cassado e chegou a ser afastado do cargo sob acusação de compra de votos durante a campanha eleitoral de 2008. Ele negou as acusações e se livrou dos processos.

FALECIMENTOS

Ainda segunda a CNM, em 19 municípios o prefeito eleito faleceu --quatro foram assassinados, três morreram em acidentes e 12 faleceram por causas naturais. No caso de Mato Grosso do Sul, faleceram os prefeitos de Jardim, Evandro Bazzo, e de Anastácio, Cláudio Valério.

Atualmente,  os dois municípios são administrados respectivamente pelos prefeitos  Carlos Américo Grubert  (PMDB) e Douglas Figueiredo (PSDB).