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Sidrolandia

Prefeitura tenta atrair fecularia de Ivinhema para estimular plantio de mandioca nos assentamentos

Na quarta-feira virá à cidade o empresário João Ramos que visitará os produtores, um galpão na sede do Assentamento Vacaria.

Flávio Paes/Região News

21 de Julho de 2013 - 22:11

A Prefeitura está negociando com a Ramos Fecularia, de Ivinhema, a instalação de uma unidade em Sidrolândia e assim pretende estimular a produção de mandioca nos assentamentos. A lavoura é rentável mesmo em áreas de dois a três hectares, compatíveis com o tamanho dos lotes dos pequenos agricultores.

Na quarta-feira virá à cidade o empresário João Ramos que visitará os produtores, um galpão na sede do Assentamento Vacaria que será oferecido como alternativa para a indústria se instalar. O local mais indicado, por uma questão de logística para escoar a produção, seria no Capão Seco, onde num raio de 150 quilômetros há mais de 2.500 agricultores familiares.

A indústria terá capacidade para processar 100 toneladas de mandioca destinada à produção de polvilho doce e fécula. Serão usados equipamentos de uma unidade do Paraná, pertencente ao mesmo grupo, que está desativada. Atualmente Sidrolândia tem 305 hectares de área plantada de mandioca, especialmente nos assentamentos Capão Bonito e Barra Nova.

Toda a produção, em torno de 15 mil toneladas, é absorvida por indústrias de Ivinhema, Deodápolis e Glória de Dourados, gerando um custo de R$ 55,00 por tonelada pelo frete para levar a produção até as indústrias que ficam a 270 quilômetros daqui. O secretário Municipal de Desenvolvimento Econômico, Di Cezar, calcula que com uma produtividade média de 40 toneladas por hectare, o produtor consegue ter um faturamento bruto de R$ 12 mil, quatro vezes maior que o da soja, por exemplo. As indústrias estão pagando aos produtores R$ 300,00 por tonelada.

Na sexta-feira o prefeito Ari Basso, o secretário e o vereador Edno Ribas, acompanharam o presidente da Cooperativa do Vale do Ivinhema Renato Câmara, numa visita a regiões produtoras do município. Eles estiveram no lote de José Milton, no Assentamento, que mesmo sem os recursos do Pronaf, depois de seis anos, conseguiu atingir 100 hectares de lavoura, agregando aos sete hectares do seu lote, as parcelas dos vizinhos que ele arrenda, pagando 30% do valor da sua produção.

Milton se mudou a sete anos de Ivinhema para Sidrolândia, quando recebeu o seu lote no Barra Nova, assentamento que fica a 100 quilômetros da área urbana. Trouxe sua experiência com a cultura e está conseguindo bons resultados, com uma produtividade média de 40 toneladas por hectare, bem maior que a obtida do Vale do Ivinhema (25 toneladas), maior polo produtor de mandioca no Estado.

Com esta produção, seu faturamento bruto é de R$ 1,2 milhão por safra, mas a margem de lucro é reduzida pelo custo do frete (os já mencionados R$ 55,00 por tonelada), e os 30% do arrendamento. Ele comemora a chegada de uma fecularia em Sidrolândia. “Vamos economizar no frete e com isto, muito mais gente vai produzir”, acredita.

O secretário Di Cezar diz que a vinda desta indústria é estratégia para dar ao assentado uma alternativa de renda com o cultivo de uma área pequeno. “Estamos nos empenhando também para trazer uma torrefação que incentiva o plantio de café e uma indústria para processar o urucum, um corante natural, bastante valorizado”, enfatiza.

Prefeitura tenta atrair fecularia de Ivinhema para estimular plantio de mandioca nos assentamentos

Prefeito Ari Basso, vereador Edno Ribas, Ilson Peres (Presidente da Câmara), Renato Câmara (ex-prefeito de Ivinhema) e Marcos Roberto