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Sidrolandia

Presidente da Funai vem a Sidrolândia no sábado participar de fórum de caciques

Será uma oportunidade para comunidade da Reserva Buriti encontrar uma solução para o impasse que se arrasta de 2013, sobre a compra dos 15 mil hectares reivindicados como terra indígena.

Flávio Paes/Região News

09 de Fevereiro de 2017 - 08:25

O presidente da Funai, Antônio Costa, estará em Sidrolândia no próximo sábado onde vai participar de um fórum de caciques na Aldeia Tereré que começa nesta sexta-feira e vai se estender até domingo. Será uma oportunidade para comunidade da Reserva Buriti encontrar uma solução para o impasse que se arrasta de 2013, sobre a compra dos 15 mil hectares reivindicados como terra indígena.

Quase 30 propriedades foram retomadas pelos índios, depois de confronto com fazendeiros que resultou na morte de Oziel Gabriel (na tentativa de reintegração de posse da Fazenda Buriti). As negociações não avançaram porque os fazendeiros não concordaram com o valor indenização proposta pelo Governo Federal.

Antônio Costa chega a Mato Grosso do Sul nesta quinta-feira quando vai percorrer acampamentos dos guarani-kaiowa dos terena. Na sexta-feira (10), ele se reúne com o Conselho Terena das áreas indígenas Taunay e Ipegue, no município de Aquidauana.

O grupo de indígenas acampados em Amambai é liderado pelo filho do cacique Nizio Gomes, desaparecido em 2011 após um ataque atribuído a seguranças de fazendeiros. A comunidade Guaiviry luta pela demarcação de duas fazendas localizadas nas margens da MS-386, rodovia que liga Ponta Porã a Amambai. Na sede de uma das fazendas, ocupada desde 2015, Antônio Costa participa de uma reunião do Ato Guasu, organização que representa os indígenas.

A demarcação destas propriedades é reivindicada desde 2004. Em 18 de novembro de 2011, alguns dias após invadirem uma das fazendas reivindicadas, o acampamento foi atacado por seguranças de fazendeiros e o cacique Nizio Gomes desapareceu.

O MPF (Ministério Público Federal) concluiu que ele foi assassinado por pistoleiros durante a tentativa de despejo forçado dos índios, mas o corpo nunca foi encontrado.

Em 2012, 19 pessoas foram indiciadas pelo assassinato de Nizio, entre fazendeiros, advogados, o então presidente do Sindicato Rural de Aral Moreira e vigilantes da empresa de segurança Gaspem, que teria sido contratada pelos fazendeiros para a ação contra os índios.

Os acusados respondem por homicídio qualificado, lesão corporal, ocultação de cadáver, formação de quadrilha, porte ilegal de arma de fogo e corrupção de testemunha.