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Sidrolandia

Problemas ósseos atingem 17% dos pacientes com HIV

Médicos e pacientes devem estar atentos para diagnosticar precocemente dessas doenças

Assessoria de Imprensa do HC de São Paulo

23 de Setembro de 2010 - 15:28

Segundo a infectologista Ana Lúcia Munhoz Lima, que coordena o atendimento dos soropositivos com complicações ósseas no Instituto de Ortopedia do Hospital das Clínicas (HC), as alterações podem ocorrer devido a presença do HIV nos ossos, aos efeitos dos remédios antirretrovirais, ao sedentarismo e, até mesmo, por questões genéticas.

“É preciso ter atenção, pois pequenas queixas ortopédicas, se não tratadas precocemente, podem gerar graves complicações”, diz.

Entre os principais problemas nas pessoas que fazem tratamento contra a aids há mais de 10 anos, estão a osteopenia (diminuição da densidade mineral dos ossos), osteoporose (ossos ocos, finos e sensiveis) e osteonecrose (morte do tecido ósseo) - principalmente do quadril.

A infectologista Priscila Domingos de Oliveira, que também atende no Instituto de Ortopedia do HC, explica que a osteopenia e a osteoporose podem ser assintomáticas, o que reforça a importância dos médicos sempre examinarem a presença dessas doenças entre os pacientes com HIV e aids.

“Dependendo do grau dessas patologias, o médico pode indicar a reposição do cálcio, que vai desde a ingestão de leite e outros alimentos ricos em cálcio, até remédios para melhorar o metabolismo ósseo”, comentou.

No caso da osteonecrose, Priscila diz que geralmente provoca dores e deve ser logo diagnosticada pelo médico com ajuda do paciente.

De acordo com o levantamento do HC, o número de casos de osteonecrose entre portadores do HIV e aids é maior do que na população em geral e, devido ao diagnóstico tardio, a única opção de tratamento é a colocação de próteses articulares.

O grupo vem tratando os pacientes com próteses de quadril, providas pelo Programa Estadual de DST/Aids, e as cirurgias são realizadas no Centro Cirúrgico do Instituto de Infectologia Emílio Ribas.

Os pacientes chegam ao HC encaminhados pela Casa da Aids ou pelo Centro de Referência e Treinamento em DST e Aids do Estado.

Para conscientizar os soropositivos da necessidade de cuidar dos ossos e das articulações, médicos do Instituto de Ortopedia do HC têm apoiado no treinamento de profissionais da saúde no Rio de Janeiro, Brasília e em alguns outros hospitais do Estado de São Paulo.