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Sidrolandia

Produtores e índios da Buriti saem frustrados de nova reunião para discutir conflito

Os proprietários querem uma solução até o dia 30 de novembro, do contrário, ameaçam retomar as áreas.

Flávio Paes/Região News

28 de Agosto de 2013 - 08:18

Produtores e índios terena saíram frustrados de mais uma rodada negociação em Brasília com o Governo Federal, sem novas definições sobre a anunciada compra de 15 mil hectares, distribuídos em 31 fazendas, para serem incorporados à Reserva Indígena Buriti, entre Sidrolândia e Dois Irmãos do Buriti.

No último dia 13, o ministro da Justiça José Eduardo Cardozo, anunciou que seriam emitidos 250 milhões em TDAS (Títulos da Divida Agrária) para o Governo do Estado converter em dinheiro para ser usado na indenização dos fazendeiros. Os proprietários querem uma solução até o dia 30 de novembro, do contrário, ameaçam retomar as áreas.

Do encontro de ontem resultou o agendamento de nova reunião daqui duas semanas, em local ainda a ser acertado. Ontem o ministro da Justiça foi representado pela secretária executiva do Ministério, Márcia Pelegrini. Também participou o Ministro-Chefe da Presidência da República, Gilberto Carvalho.

Em pauta no próximo encontro o levantamento das terras públicas da União em Mato Grosso do Sul, inclusive as áreas urbanas e a formação de um grupo de monitoramento para acompanhar a agenda e as deliberações da futura reunião. A quebra de acordo por parte dos indígenas, com a continuidade das invasões, também será abordada. Paralelamente, ficou acertado que será retomada a avaliação das fazendas reivindicadas pelos terena da Reserva da região da Buriti,  como das demais áreas colocadas como prioridade pelos guarani kaiowá.

O assessor jurídico da Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Famasul), Carlo Daniel Coldibelli, acompanhou a reunião e avalia como preocupante a ausência de definição. "Sabemos que a compra de terras é uma solução a ser construída, no entanto os caminhos para sua concretização precisam começar a ser definidos", assinala. "A União gerou expectativas em todos os envolvidos em relação a uma solução com a compra de propriedades. É preciso tomar cuidado para que a expectativa não se transforme em frustração pela falta de objetividade na busca dessa solução", completa o advogada da entidade, Gustavo Passarelli.

A reunião teve a presença, também, da secretária de Produção e Turismo, Tereza Cristina Correa da Costa, da presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Maria Augusta Assirati, do Ministério Público Federal (MPF), lideranças rurais e representantes das etnias indígenas do Estado.