Sidrolandia
Projeto de vacina gratuita contra catapora está pronto
De Brasília
29 de Setembro de 2010 - 13:22
O projeto que está pronto para ser votado pelo Plenário do Senado (PLC 5/2009) inclui essa doença no Calendário Básico de Vacinação da Criança da rede pública e determina que o SUS (Sistema Único de Saúde) ofereça os meios necessários para que a vacina seja distribuída gratuitamente.
O projeto acrescenta ao calendário oficial também as vacinas contra hepatite A, meningocócica conjugada C, pneumocócica conjugada sete valente e pneumococo.
O Ministério da Saúde informa que foram incorporadas neste ano, no calendário da rede pública, as vacinas pneumocócica e a meningogócica tipo C.
Varicela
Embora o Calendário de Vacinação da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) já recomende a vacina contra varicela, ela ainda não é oferecida pelo SUS. A organização recomenda a vacina com um ano de idade e uma segunda dose entre os quatro e seis anos de vida.
Na comunidade médica, não há dúvida de que a vacina é fundamental. Não se discute se ela é importante. O Ministério da Saúde não a adota provavelmente por causa dos custos - afirma a pediatra Inez Cavéchia.
De acordo com ela, a eficácia da vacina é de cerca de 95%. Os efeitos colaterais e a taxa de contágio após a vacinação são pequenos.
Ela lembra ainda que, embora seja considerada "doença benigna", em razão do baixo índice de mortalidade registrado, a doença pode apresentar complicações terríveis que podem levar à morte.
Os efeitos da doença, segundo a pediatra, são mais graves em menores de um ano, gestantes e as pessoas com baixa imunidade.
Exceções
O Ministério da Saúde informa que a vacinação contra a catapora é realizada pelo SUS apenas para as populações indígenas, tendo em vista a alta letalidade observada nesses povos.
A vacina pode ser aplicada também a pacientes imunocomprometidos (aqueles com leucemia linfocítica aguda e tumores sólidos em remissão); candidatos a transplante de órgãos (fígado, rim, coração, pulmão e outros órgãos sólidos) pelo menos três semanas antes da cirurgia; profissionais de saúde que atuem no ambiente hospitalar; e HIV positivos.
A inclusão de novas vacinas na rede pública é definida, segundo o Ministério da Saúde, por um comitê técnico formado por especialistas em saúde pública do próprio órgão, sociedades médicas e universidades.
São obedecidos critérios técnicos, como: epidemiológicos, ou seja, a incidência da doença deve ser relevante; imunológico (a eficácia da vacina deve ser alta); tecnológico (possibilidade de incorporação da tecnologia ao parque nacional público de produção de vacinas e segurança contra efeitos adversos); logístico (estrutura para transporte, armazenamento e conservação); e custo-benefício (efeito positivo em relação ao investimento).