Sidrolandia
Projeto muda cálculo da taxa do lixo que hoje só cobre 4,36% do custo da coleta
O projeto que fixa os novos critérios de cobrança da taxa é basicamente o mesmo apresentado ano passado, mas acabou retirado da pauta por pressão da oposição
Flávio Paes/Região News
15 de Setembro de 2015 - 14:05
O projeto que altera fórmula de cálculo da taxa de lixo já está em tramitação na Câmara. Pelos critérios em vigor, a arrecadação da taxa só cobre 4,36% dos custos pela coleta, manutenção do lixão, além do serviço de varrição.
O serviço (que é prestado pela Mohrena Engenharia Ambiental) custa por mês R$ 128 mil, enquanto a receita com a taxa (cobrada junto com o IPTU) em 2014, mal chegou a R$ 5,7 mil em média por mês. Ao longo do ano a conta com o lixo somou R$ 1.576.000,00, enquanto a receita ficou limitada a R$ 67.600,00.
Segundo o secretário de Governo, Ilson Peres, não há como adiar esta mudança na taxa do lixo, porque, mantida a situação atual, em 2016 a situação ficará insustentável. A lei federal dos resíduos sólidos impõe exigências para a destinação de resíduos sólidos, determina a instalação de um aterro sanitário (projeto orçado em R$ 1,5 milhão), adoção da coleta seletiva e manutenção de uma UTR (Unidade de Tratamento de Resíduos).
A partir do que ano vem, além deste custo com a coleta do lixo, por imposição de um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) firmado com o Ministério Público, a Prefeitura terá de depositar todo mês na conta do Fundo Municipal do Meio Ambiente, R$ 200 mil, provisionando os recursos de construção do aterro que terá de estar funcionando em 2017. Esta é uma questão herdada das últimas gestões que gerou uma ação civil pública. Se não assinássemos o TAC, a Prefeitura teria de pagar uma multa milionária enquanto não fechasse o lixão, lembra.
O projeto
O projeto que fixa os novos critérios de cobrança da taxa é basicamente o mesmo apresentado ano passado, mas acabou retirado da pauta por pressão da oposição. Se aprovado, sem emendas, a taxa do lixo residencial terá cinco faixas de base de cálculo, variando conforme a localização do imóvel.
Em algumas regiões haverá aumento de até 579,56%. Outra alteração é que a partir de 2016, a cobrança será feita junto com a conta de água e não mais, embutida no IPTU. Embora o aumento em termos nominais seja alto (quase 580%), o impacto direto no bolso do contribuinte com os novos valores que serão cobrados não é alto. Por exemplo, o dono de um imóvel com 15 metros de testada, na área mais valorizada da cidade (Avenida Dorvalino dos Santos), vai pagar por mês R$ 27,85, o equivalente a 1,5 kg de carne bovina ou menos de quatro garrafas de refrigerante de três litros. Hoje, a taxa referente a este mesmo imóvel sai por R$ 44,13 ano, menos de R$ 3,00 por mês.
No bairro mais populoso da cidade, o São Bento, onde o aumento será em torno de 553%, quem tem uma casa num terreno com 10 metros de testada, vai pagar R$ 16,35 por mês. Se a testada for de 12, sobe para R$ 19,32. Já nas regiões de população de menor poder aquisitivo (Sidrolar, Jardim Paraiso), o aumento será de 237,93%. De R$ 2,45 por mês, a taxa vai para R$ 5,83.
O novo critério, segundo os técnicos da Prefeitura, garante maior justiça. Pela forma atual, a base de cálculo é a mesma em toda cidade, seja para quem tem uma casa simples no São Bento, ou o proprietário de uma casa luxuosa na Avenida Antero Lemes. A taxa é calculada na base de 0,20 da UFIS (Unidade Fiscal) por metro quadrado, o que hoje corresponde a R$ 2,942.
Taxa do lixo
Setor A (centro da cidade) e B- R$ 23,82 o metro de testada (anual)
Quadrilátero formado pelas Ruas Paraná - Mato Grosso - Aquidaban - Acre e Sol Nascente, Jardim Jandaia, Vila Olenka, Jardim das Paineiras
Valor atual R$35,3084 (terreno com 12 metros de testada)
R$ 2,94 por mês
R$ 44,13 (com 15 metros de testada)
R$ 3,67 por mês-
Nova taxa (Projeção custo anual)
R$ 279,84 (terreno com 12 metros de quadrados)
R$ 24,82 (mês)
Reajuste de 744,22%
R$ 357,30 (com 15 metros de testada)
R$ 29,75 (mensal)
Reajuste 710,63%
Setor C Bairro São Bento R$ 19,62 (metro de testada, valor anual)
Valor atual calculado em 0,20 da UFIS por metro quadrado
Terreno de 10 metros de testada -
R$ 29,42 (anual) - R$ 2,45 por mês
2016 R$ 196,20
Dividido em 12 parcelas de R$ 16,35
Aumento de 567,35%
Terreno de 12 metros de testada
Valor atual R$ 35,304 R$ 2,94 mês
Novo valor (anual)
R$ 230,40-
Valor mensal R$ 19,20
Aumento 553,06%
Setor D R$ 9,81 por metro de testada (anual)
Pé de Cedro, Cascatinha 1, Jardim do Sul, Jardim Alfa e parte do Jardim Petrópolis
Valor atual- terreno 10 metros de testada
R$ 29,42 (anual) - R$ 2,45 por mês
Valor em 2016 = R$ 98,10= R$ 8,175 por mês
Aumento 233,67%
Setor E R$ 7,00 por metro de testada (anual)
Sidrolar, Diva Nantes, Santa Marta, Jardim Paraíso, parte do Petrópolis; Cascatinha 2; Altos da Figueira
Valor atual terreno 10 metros de testada
R$ 29,42) - R$ 2,45 por mês
Valor em 2016 R$ 70,00 R$ 5,83 por mês
Aumento de 137,95%