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Sidrolandia

Quebra da safrinha e conflito com índios marcam ano no agro em MS

Projeção era 9,1 milhões de toneladas se transformando em colheita de 6. Na pecuária, houve restrição na ofertas de animais.

G1 MS

23 de Dezembro de 2016 - 10:53

A quebra de aproximadamente 34% na segunda safra de milho em Mato Grosso do Sul em 2016, com uma projeção de produção de 9,1 milhões de toneladas se transformando em uma colheita de 6 milhões de toneladas, em razão de variações climáticas como excesso de chuva, estiagem e geadas, foi um dos fatos mais marcantes para o setor no ano.

Afetou desde os produtores, alguns com perdas superiores a 70%, que se endividaram e se descapitalizaram, até outras atividades do segmento, como os criadores de bovinos, suínos e aves, que utilizam o grão na ração dos rebanhos. Com o problema no cultivo do milho, a soja se tornou a principal cultura em volume de produção no estado.

Mesmo enfrentando atrasos no ciclo, provocados também pelo clima, que afetou até mesmo a sanidade das lavouras, os agricultores sul-mato-grossenses registraram uma safra recorde. No entanto, Chapadão do Sul, chegou a ser o município do país com maior número de casos de ferrugem asiática na temporada. Já na pecuária, a restrição na ofertas de animais terminados para o abate ajudou a manter as boas cotações, apesar da queda no consumo no mercado interno, pressionar os preços e provocar alguns oscilações ao longo do ano.

Houve redução no número de abates de bovinos em relação ao ano passado. Com a abertura de novos mercados cresceu a exportação da carne bovina in natura pelo estado no acumulado do ano.

O Programa Novilho Precoce do governo do estado foi suspenso para ser reformulado e deve ser retomado no início de 2017. Os produtores ainda ganharam mais prazo para fazer a regularização ambiental de suas propriedades, com a prorrogação até 31 de dezembro do próximo ano do registro no Cadastro Ambiental Rural (CAR).

Outra situação que foi marcante ao longo do ano foi o agravamento dos conflitos fundiários entre produtores rurais e indígenas. Em Caarapó, o agente de saúde indígena Clodiode Aquileu Rodrigues de Souza, de 26 anos, foi morto a tiros durante a retomada da fazenda Yvu por produtores rurais. O local havia sido ocupado por indígenas dias antes.