Sidrolandia
Radar em descida da rodovia BR-163 desagrada a "gregos e troianos"
O trecho tem quatro radares. Dois ficam a poucos metros da rotatória na saída para Cuiabá, onde a velocidade máxima permitida é de 80 km/h
Campo Grande News
27 de Agosto de 2013 - 16:30
Quatro radares, instalados na BR-163, na saída para Cuiabá, em Campo Grande, conseguiram a desagradar gregos e troianos, como diz o famoso ditado popular. Caminhoneiros, motoristas de automóveis e motociclistas reclamam da localização do redutor de velocidade. Eles avaliam que o risco de acidente passou a ser maior no trecho.
Para o cabeleireiro Francisco Almeida de Oliveira Filho, 24 anos, que vem de motocicleta de Coxim para a Capital visitar a namorada uma vez por mês, o equipamento eletrônico deixou o trecho mais perigoso. É muito perigoso frear para reduzir a velocidade, contou, já que teme as carretas, os veículos mais potentes e pesados.
O advogado Ronye Mattos, 31 anos, enviou e-mail ao Campo Grande News para reclamar do equipamento. "Fomos praticamente empurrados para fora da estrada por 2 carretas carregadas que vinham atras. Radares ali são uma irresponsabilidade!", queixou-se Mattos.
Mas os caminhoneiros também criticam o redutor de velocidade. Para o caminhoneiro de Presidente Prudente (SP), Lourivaldo Montes, 42 anos, o radar atrapalha na subida, porque reduz a velocidade da carreta. Por outro lado, na descida, também causa dor de cabeça, porque complica. Está no ponto errado, conclui ele, que passa duas vezes por semana pelo local.
É um ponto perigoso, conclui outro caminhoneiro, José Luzia, 60 anos, que passa pela BR-163 duas vezes por mês. Ele avalia que o risco de um automóvel bater na traseira do caminhão é maior porque ele reduz a velocidade, mas os condutores não veem o radar logo a frente. O perigo é maior à noite, ressaltou.
O caminhoneiro Willians Araújo, 38 anos, também condena a instalação do radar no local. Prejudica os veículos pesados, que perdem a velocidade na subida e ficam mais lentos, frisa. Ele também concordo com os demais de que o risco de acidentes é maior com o redutor de velocidade.
O trecho tem quatro radares. Dois ficam a poucos metros da rotatória na saída para Cuiabá, onde a velocidade máxima permitida é de 80 km/h. Já perto da ponte sobre o riacho Botas, outros dois radares, nos dois sentidos da rodovia, fiscalizam a velocidade máxima de 100 km/h para automóveis e de 80 km/h para caminhões e ônibus.
Os radares foram instalados em pontos determinados pelo DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes). No entanto, neste ano, o número de mortes nas rodovias aumentou, segundo levantamento da Polícia Rodoviária Federal. Foram 135 óbitos até a semana passada, contra 101 no mesmo período do ano passado.