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Sidrolandia

Ranchos do Rio Ivinhema começam a ser demolidos

Outros ranchos estão na mesma situação e com ordem judicial para demolição e recuperação da área degrada

Vale do ivinhema agora

12 de Fevereiro de 2011 - 11:09

A natureza começa a vencer uma batalha judicial que se arrasta desde o ano de 2006, época em que o Ministério Público Estadual instaurou Ação Civil Pública com Obrigação de Fazer, na Comarca de Ivinhema, visando recuperar as áreas degradas as margens do Rio Ivinhema, na MS-276, divisa com o município de Nova Andradina.

Estas áreas, comprovadamente de preservação permanente, acabaram sendo ocupadas de forma desordenada e suas matas ribeirinhas acabaram extintas, devido à construção de ranchos e áreas de lazer no local, onde eram para estarem as matas ribeirinhas.

Esta semana, um proprietário de rancho, por sinal o mais antigo da localidade, começou a desmanchar o imóvel para cumprir a decisão judicial e, assim, devolver à natureza a oportunidade de se refazer.

“Não vou mais demandar com o Imasul, com o Ministério Público. Mais cedo ou mais tarde, isso aqui vai ter que ser demolido mesmo. Então, estou começando a retirar o que foi solicitado pela Justiça”, disse um proprietário do rancho, que pediu para não ser identificado.

O rancho, construído em madeira de Peroba, a cerca de 40 anos atrás, era, na verdade, de propriedade da colonizadora de Ivinhema e se encontrava em poder de terceiros em regime de comodato.

A madeira foi vendida a um morador em Ivinhema e, após a retirada dos esteios e palanques, será feito uma limpeza para iniciar o replantio das árvores, disse o proprietário.

A demolição do rancho, na verdade, teria que ter ocorrido no ano de 2006, quando a Justiça de Ivinhema, determinou o desfazimento do rancho e o início imediato do plantio de árvores. Porém, através de advogados, a demanda se arrastou até o a demolição iniciada esta semana.

Na região, dezenas de ranchos integram ainda um grande condomínio, freqüentado principalmente nos finais de semanas. Os proprietários, em sua maioria, residem nas cidades de Ivinhema e Nova Andradina.

Outros ranchos estão na mesma situação e com ordem judicial para demolição e recuperação da área degrada. O despacho judicial da época impede qualquer reparo ou novas edificações nos ranchos denunciados pelo Ministério Público.

É importante ressaltar que ao longo destes anos os proprietários do local se uniram e formaram uma associação para lutarem juntos pela permanência das edificações.

No município de Angélica, com a mesma finalidade, foi criada uma associação aonde implantaram uma estação de tratamento dos dejetos produzidos no interior do condomínio e fixaram porteiras. Assim, estão ajudando a recuperar as áreas degradas.