Sidrolandia
Reforma trabalhista vai consolidar direitos, diz ministro do Trabalho
Em audiência na Câmara, Ronaldo Nogueira afirmou que a proposta não traz qualquer medida para ameaçar direitos do trabalhador; procurador-geral do Trabalho criticou projeto.
G1
16 de Fevereiro de 2017 - 09:53
O Ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, afirmou nesta quinta (16) que a proposta de reforma trabalhista que tramita no Congresso visa consolidar os direitos dos trabalhadores. Em audiência pública na Câmara, ele defendeu a aprovação da proposta apresentada pelo governo Michel Temer.
O projeto editado pelo Palácio do Planalto estabelece 13 pontos que poderão ser negociados entre patrões e empregados e, em caso de acordo, passarão a ter força de lei. O mecanismo é conhecido como o acordado se sobrepondo ao legislado.
Para analistas, a proposta flexibiliza a relação trabalhista, mas enfraquece direitos. Setores da oposição têm criticado a proposta por entenderem que alguns trechos retirarão direitos conquistados pelos trabalhadores.
O primeiro eixo que a nossa proposta está ancorada é consolidar direitos, afirmou Nogueira. Não esteve, não está e não estará em nossas propostas qualquer medida que venha a ameaçar os direitos do trabalhador, completou.
O ministro explicou que o governo busca o pleno emprego com a aprovação da proposta. Nós não temos conseguido garantir esse direito de emprego pleno para os nossos brasileiros. [...] Temos que fazer uma reflexão e olhar onde estamos errando, afirmou o ministro.
De acordo com Nogueira, a reforma, se aprovada, vai gerar segurança jurídica para que o empregador não tenha medo de contratar.
Crítica
Também convidado pela comissão para debater o tema, o procurador-geral do Trabalho, Ronaldo Curado Fleury, fez críticas à proposta do governo. Para ele, a flexibilização da legislação e a diminuição da proteção aos trabalhadores não gera emprego.
A negociação tem que ser sempre para melhorar, nunca para piorar as condições de trabalho, disse. A retirada do registro de ponto, por exemplo. O que isso vai gerar de emprego? Quem vai ser beneficiado por isso?, enfatizou Fleury.
Ele ainda respondeu ao argumento de defensores do texto, de que a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) é ultrapassada.
Ela é mesmo uma senhora que precisa ser modernizada? Cerca de 75% dos artigos da CLT já foram modificados ao longo desses mais de 70 anos. Uma parte muito pequena, ínfima, ainda permanece. O que joga por terra esse argumento de que a CLT é uma senhora idosa que precisa ser renovada, disse.