Sidrolandia
Setor agrícola brasileiro querem ampliar diálogo entre urbano e rural
O próximo passo do grupo será elaborar um calendário comum de iniciativas. Os participantes presentes manifestaram ainda o interesse na adesão de outras instituições ao movimento.
Famasul
17 de Setembro de 2013 - 10:30
Foi lançado, em Brasília, o movimento Um Novo Olhar Sobre a Agricultura, a partir da assinatura de um documento no qual diversas entidades alertam para as oportunidades e desafios que o aumento da demanda mundial por alimentos oferecem à agricultura sustentável do Brasil.
As instituições signatárias do documento se comprometeram a divulgar trabalhos e ações que contribuam para promover o papel central da agricultura no desenvolvimento. O próximo passo do grupo será elaborar um calendário comum de iniciativas. Os participantes presentes manifestaram ainda o interesse na adesão de outras instituições ao movimento.
O documento foi assinado por Maurício Lopes, presidente da Embrapa; Manuel Otero, representante do IICA no Brasil; Alysson Paolinelli, presidente do Conselho Consultivo do Fórum do Futuro; Roberto Rodrigues, da FGV-Agro; e Wagner Furtado, presidente-executivo da Fundação Dom Cabral.
O argumento central aponta para a necessidade de construção de um canal de comunicação entre o campo e a cidade, de forma que a oportunidade histórica de incorporação de renda e empregos situe-se no contexto do projeto brasileiro de sociedade. O evento contou também com a presença de diretores e funcionários das instituições envolvidas no movimento.
Para Maurício Lopes, é fundamental que as populações urbanas compreendam a revolução que ocorreu nos últimos 40 anos, quando o Brasil deixou a condição de importador líquido de alimentos para se transformar em player central da oferta mundial do setor. Combater a fome é fundamental para a humanidade, e coloca o Brasil numa área central da visão de futuro planetária, disse Maurício Lopes.
Para ele, esse Um Novo Olhar passa por três pilares básicos: alinhar a produção de alimentos com nutrição e saúde; garantir o uso sustentável e inteligente dos recursos naturais; e investir em química verde, tecnologia de biomassa.
Ao destacar a importância de articular uma agenda comum de iniciativas, seminários e debates entre as instituições signatárias e outras que queiram se incorporar ao movimento, Manuel Otero lembrou que as entidades estão naturalmente articuladas por eventos que já exibem uma pauta comum: buscar o redimensionamento da ruralidade na economia do país e na sociedade brasileira.
Otero anunciou que o IICA traduzirá o documento para inglês e espanhol e o distribuirá a instituições de toda a América Latina. Em adição, o representante do IICA destacou a contribuição do projeto Repensando o conceito de ruralidade, desenvolvido pelo instituto, cujos resultados serão apresentados em novembro, em Campina Grande (PB).
O Brasil tem condições de comandar a revolução biológica necessária para utilizarmos de forma mais inteligente os recursos naturais visando combater o espectro planetário da fome, resumiu Alysson Paolinelli, do Fórum do Futuro, na solenidade realizada na sede do IICA (Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura) em Brasília.
Paolinelli lembrou que antes do primeiro salto tecnológico, quando foi desenvolvida a agricultura tropical, a partir do Brasil, a população de baixa renda usava 50% dos seus rendimentos para a alimentação, o que hoje situa-se entre 14% e 20%.