Sidrolandia
Sidrolândia esta em estado de emergência com estradas intransitáveis alerta secretario
Daltro Fiuza vererá decretar estado de emergência nesta quarta-feira em reunião com representantes da Seara/Marfrig e Banco do Brasil
Marcos Tomé/Região News
08 de Março de 2011 - 14:42
Uma semana de chuva que tornou intransitável praticamente todas as estradas vicinais de Sidrolândia e paralisou a avicultura que é uma das maiores atividades econômicas do município
Só a interdição de uma estrada que dá acesso a 26 aviários na região do Assentamento Vista Alegre, mantém retidos nas granjas há quatro dias 400 mil frangos prontos para serem enviados ao abate, aproximadamente 40% de todo o plantel do município.
Animais estão morrendo porque não há como repor o estoque de ração. Há dois dias a Seara Marfrig suspendeu o abate diário de 180 mil frangos o que traz um prejuízo calculado pela empresa em R$ 500 mil. Os 2.600 funcionários do frigorífico, o maior empregador da cidade, receberam folga. A empresa registrou em janeiro exportações no montante de US$ 11,1 milhões de dólares.
Tratores da prefeitura estão sendo usados para rebocar os caminhões que levam ovos para o matrizeiro e pintinhos aos aviários. Com o agravamento das condições de tráfego nas estradas de acesso, ontem o caminhão só conseguiu transpor uma vez os atoleiros, levando 68 mil exemplares. Em média são feitas quatro viagens diariamente.
Segundo o secretário Municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Nilo Servo, na quarta-feira está programado uma reunião com representantes dos produtores agrícolas, da Seara e do Banco do Brasil para definir com o prefeito Daltro Fiúza a decretação da situação de emergência.
Os prejuízos com o período de chuvas vão além da avicultura, atingem a soja com previsão da perda de 30% da produção que começava a ser colhida, além de comprometer o escoamento da produção leiteira e de hortaliças, afetando especialmente basicamente pequenos produtores.
As 50 famílias do Assentamento Vista Alegre, que fica a 30 quilômetros de Campo Grande, estão ilhadas há uma semana quando uma represa transbordou e a água inundou a única estrada de acesso a MS-060, rodovia que liga a região a Sidrolândia e à Capital.
Só de trator (de preferência de esteira) é possível transpor a água acumulada, além de dois trechos críticos de atoleiros. A alternativa é percorrer a pé os dois quilômetros até a rodovia, contornar pelas pastagens que ficam nas laterais.
Desde a semana passada as crianças não podem ir à escola a seis dias os assentados suspenderam a entrega de leite para o laticínio. A chácara de dona Teresa Kiewi está quase tomada pela água. O galinheiro, o chiqueiro e a produção de abóbora estão alagados.
"Tivemos que pegar de volta o leite deixado no resfriador porque o caminhão do laticínio não conseguiu entrar no assentamento", explica a assentada. A propriedade produz em média 15 litros por dia. Com tanto leite sobrando à solução é jogar fora o que não for aproveitado no consumo da família e na fabricação de queijo. Enquanto o período de chuva persistir a ordem é não ordenhar as quatro vacas leiteiras.
Outro setor castigado pelas chuvas é a produção de hortaliças. Parte da produção está embaixo d água e o que pode ser colhido não saem da propriedade por falta de condições para o escoamento.
É o caso do produtor Valério Grepaldi, um dos maiores fornecedores da Ceasa (Central de Abastecimento) de Campo Grande. Só ontem, depois de uma semana, ele conseguiu retirar 100 caixas de alface para comercializar, bem abaixo das 400 que normalmente produz em 20 hectares.
Nas circunstâncias atuais o produtor teve de recorrer a dois tratores (um de esteira) para trazer o reboque com as caixas de alface. Seus vizinhos sem a mesma estrutura, dos quais compra parte da produção, estão tendo mesmo que arcar com o prejuízo.