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Sidrolandia

Tarifa de energia pode sofrer aumento de 4% no ano que vem

A redução prevista pelo governo, por sua vez, já deve começar a ser aplicada em fevereiro.

De Brasília

14 de Dezembro de 2012 - 13:48

O baixo nível de abastecimento das hidrelétricas do país, que exigiu grande despacho de térmicas neste ano, deve aumentar em 4% o custo da energia para os consumidores a partir do ano que vem.

Estudo feito pela Abradee (Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica) indica que o percentual de redução, prometido pelo governo com a renovação das concessões, de 20%, deve sofrer o impacto desse gasto extra. Ou seja, a redução pode encolher para 16%, ainda depois dos esforços do governo para manter o percentual prometido.

Por causa da seca prolongada no país, deste ano, essas térmicas --que geram energia, mais cara, por meio da queima de combustível ou gás, por exemplo-- tiveram de ser despachadas em um nível quatro vezes superior ao do ano passado.

O reflexo desse aumento será percebido pelos consumidores brasileiros em períodos diferentes, uma vez que cada empresa distribuidora de energia aplica seu reajuste em um mês determinado do ano.

A redução prevista pelo governo, por sua vez, já deve começar a ser aplicada em fevereiro.

"Em um primeiro momento as distribuidoras pagam essa conta e depois recebem dos consumidores, quando é feito reajuste tarifário", explicou o presidente da Abradee, Nelson Leite.

EMPRESAS

A associação também informou que o lucro líquido total das distribuidoras, em um mês, chega a R$ 1,5 bilhões. Com o pagamento dos despachos, no entanto, esse valor deverá ser reduzido em R$ 650 milhões. Significa um consumo de 40% das receitas do setor.

Por causa disso, as empresas estão preocupadas e já começaram a consultar o governo para identificar possíveis soluções.

"Nos outros anos esse gasto foi muito menor e as empresas terão impacto no caixa muito grande. Nossa sugestão é de que sejam criadas facilidades para fazer empréstimos, assim as empresas farão face a esse capital de giro e a esse recurso que elas terão de pagar e só receber depois", disse.

Na quarta-feira desta semana as associações do setor foram recebidas pelo Ministério de Minas e Energia para discutir se esses empréstimos poderão ser feitos e qual poderá ser o modelo adotado.

Segundo Leite, o grande despacho de térmicas começou a ser feito a partir de novembro.

A cada mês em que se despacha grande volume de térmicas, o custo da energia sobe 0,8% ao consumidor.

A expectativa, segundo a Associação, é de que esse gasto permaneça em igual patamar até março.